segunda-feira, 21 de março de 2011

Brasil abstém-se e acerta sobre a guerra civil na Líbia.

A diplomacia brasileira tem dado muitas cabeçadas ultimamente. Principalmente sob a gestão Lula. O Brasil primou por cometer erros absurdos. No tabuleiro internacional estivemos sempre do lado errado, acompanhados de figuras que não fazem por merecer deferência alguma. Ditadores, déspotas, tiranos e sanguinários; pode-se denominá-los com todos os adjetivos e substantivos que exemplificam bem a índole desses senhores, atualmente os seres mais vis da face da terra. Vis para as pessoas que respeitam os direitos humanos, pessoas que respeitam a vida.

Américas, África-subsaariana, Ásia e Oriente Médio; em todos os continentes citados o nosso apoio aos facínoras, era incondicional. Onde houvesse um déspota de plantão estávamos lá para bajular-lhe. O Brasil persegue uma cadeira permanente no conselho de segurança da ONO, mas sob a administração petista tornava-se cada vez mais distante de obter o tão almejado status. Kadafi, Fidel, Ahmadinejad e outros tantos espalhados em quatro continentes. Senhores que no passado até encontravam simpatizantes, mas agora só a esquerda xiita (radical) consegue ver em pessoas assim exemplos a serem seguidos.

Não creio que a intenção do governo brasileiro foi a de não tomar parte no teatro realizado no conselho de segurança da ONO. Tenho quase certeza de que os preceitos que levaram o Brasil a tomar a decisão correta tenham sido os mesmos que pautaram a administração anterior, o preceito básico de considerar todo e qualquer tirano um ícone da esquerda mundial. Um absurdo, pois sabemos que a grande maioria dos ditadores e regimes opressores são ultraconservadores. Mas a definição de esquerda, centro-esquerda, direita e centro-direita é um tanto confusa para a grande maioria das pessoas, haja vista que temos no Brasil quem considere o DEM e o PSDB partidos de direita, quando na verdade o DEM é de direita e o PSDB é de centro-esquerda. O mesmo se aplica ao PT, um partido que se tornou um grande emaranhado de doutrinas políticas, mas na verdade uma linha muito tênue o separa do PSDB. Em princípio há no Brasil dois partidos de centro-esquerda lutando pelo poder e, pasmem, auxiliados por dois partidos de direita; o DEM auxilia o PSDB e o PMDB auxilia o PT. Parece estranho, mas a verdade é essa, doa a que doer, e a verdade dói às vezes.

O Brasil acertou em cheio ao não participar desse jogo de cena. A alegação para intervenção foi que estaria ocorrendo um massacre de inocentes. Concordo, deve estar havendo massacres, mas de ambos os lados, é bom que se diga. A líbia está vivendo uma situação de guerra civil. Na guerra pelo poder, pessoas morrem e as mortes acontecem em ambos os lados. Se os principais interessados nessa intervenção estivessem preocupados com os inocentes, então teriam de intervir no Bahrain e no Yemem, melhor ainda, por que não intervieram em conflitos na África negra? Desculpem-me o termo racista, mas europeus e americanos se preocupam somente com um negro nesse mundo; o petróleo, o ouro negro. Na África-subsaariana há milhões sendo trucidados e morrendo sem razão, mas esse negro não tem valor comercial. Desculpem-me a franqueza.

A verdadeira razão pela qual decidiram atacar kadafi, todos sabemos qual é. Querem preservar o abastecimento de petróleo na Europa. Querem manter o preço do barril estável. O ser humano está em segundo plano nessa trama toda. Desta vez o Brasil está correto em não concordar. Todavia não devemos alimentar muitas esperanças em relação à queda de Kadafi, pois a liga árabe não está nada satisfeita com o desenrolar dessa novela. Os países muçulmanos temem que a onda de intromissões se alastre por todo o norte da África e vá bater às portas de nações mais ricas e poderosas, portanto o conflito pode acabar sem a tão esperada queda de Kadafi, o que querem os europeus é tão somente a garantia de abastecimento de combustível, preço aceitável e conforto para seus cidadãos.

Não faço defesa de ditador sanguinário, mas Kadfi está no poder até hoje porque sempre serviu aos interesses de americanos e europeus. Afinal de contas ele é um grande abastecedor de petróleo para a Europa. É o famoso me engana que eu gosto. Fazem isso com Kadafi e também com Hugo Chaves na América. Deixam que eles falem bobagens uma vez ou outra. Permitem que eles desrespeitem os direitos humanos, fecham os olhos e se fazem de moucos, desde que, os mesmos, continuem a lhes vender o tão sagrado ouro negro. O mundo é repleto de hipócritas e estamos em mais um momento de hipocrisia na história da humanidade.

Depois de tantas bizarrices cometidas por nossa diplomacia, agora houve um acerto, mesmo que a intenção não tenha sido nobre, pois apoiar Kadafi nunca será uma atitude nobre. Entretanto, sem querer, o Brasil escreveu certo por linhas tortas.

4 comentários:

  1. Na verdade o Brasil se absteve de votar na ONU por coerência com as posições adotadas pelo governo passado. O único país que foi claro ao justificar a propria abstenção foi a Alemanha, que declarou não ter interesses na Líbia.

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  2. Gaddafi é um tirano e sanguinário. Ele só entende a liguagem da força. Destruir seu exército é necessário para que ele não continue matando inocentes. O Brasil ficou em cima do muro e agora critica a operação militar. Porque então se absteve? Que tivesse votado logo contra a operação. Abraços.

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  3. Acredito muito que essa abstenção tenha muito a ver com esquerda meio nostalgica do governo da situação, por aqui. Da mesma forma índole que tomaram o caso battisti.

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  4. seus idiotas, Os EUA os querem petróleo por isso inventa historia. fora EUA FORÇA GADDAFI.

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Os políticos são o espelho da sociedade.

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