domingo, 29 de maio de 2011

A cada dia o caso Palocci ganha maiores proporções.

Começou com Folha de São Paulo informando um aumento exponencial do patrimônio do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Segundo informações, Palocci teria aumentado o seu em até 20 vezes num período muito curto de tempo, de 2006 a 2010. Período em que ele gozava do privilégio de exercer um mandato de deputado da república. Consta que Palocci abriu uma empresa de consultoria assim que saiu do governo Lula, a Projeto Consultoria Econômica e Financeira. Normal, nada demais nisso. Todos os grandes administradores que passaram pelo poder fizeram o mesmo e esbaldaram-se de ganhar dinheiro.

O que está pegando aí é o fato de ele faturar muito, e durante o seu mandato. Pode ter havido tráfico de influência. É possível, mas se isso ocorreu realmente a punição tem de ser severa. Não vou entrar em valores, quanto ele faturou em dinheiro, o que comprou com o dinheiro. O que me interessa é se ele agiu corretamente, com lisura, se foi honesto, se não utilizou a sua posição para obter informações privilegiadas. A mim só interessa isso, o tamanho de sua fortuna não me interessa e não deveria interessar a ninguém. O que interessa ao povo é a legalidade da coisa.  

O povo quer saber, e deve saber, a verdade. Entretanto, não devemos crucificar um suposto culpado simplesmente porque foram veiculadas notícias dando conta de que ele, supostamente, teria enriquecido ilicitamente. Calma, prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Claro, a demora do Palocci em fazer sua defesa gera dúvidas. Por que a omissão? Por que se esconder? Por que Calar? Mas não é correto acusar antes de provas incontestes. Voltemos um pouco no tempo: Durante a gestão FHC, Eduardo Jorge foi secretário-geral da presidência; e fora perseguido por Luiz Francisco, um procurador petista; Luiz Francisco o acusou por várias vezes e sem provas, somente suposições infundadas; Luiz Francisco e a oposição da época tentaram de todas as formas culpá-lo, julgá-lo antes que a justiça o fizesse; a diferença é que Eduardo Jorge defendeu-se de todas as acusações e com serenidade, diante dos congressistas, as derrubou, uma por uma...

Portanto, a calma e a imparcialidade devem imperar. Vamos dar ao Ministro Palocci todas as oportunidades de se defender. Mas ele deve nos ajudar nessa empreitada respondendo a todas as perguntas e mostrando à sociedade a contabilidade de suas empresas, pois, quer queiramos ou não, os políticos são pessoas públicas e têm a obrigação de revelar todas as suas atividades profissionais. Suas vidas têm de ser livros abertos ao público. Quem fizer negócios com políticos tem de saber disso.

O caso Palocci nos traz dá uma grande oportunidade. A oportunidade de discutirmos a respeito da legalidade do lobby. Quem pode fazer lobby? Os políticos podem? Deve haver carência para uma pessoa que saia da vida pública? Até que ponto a promiscuidade entre os poderes e empresas ligadas ao setor público deve ser aceita? Muitas perguntas que merecem respostas e uma profunda discussão a respeito... Está na hora de transparência, regulamentação já!

Ministro Orlando Silva acha que dinheiro dá em árvore e critica São Paulo.



Cada povo faz a sua escolha. Cada povo tem a sua prioridade. Pois bem, quanto aos brasileiros, parece que fizeram a sua escolha. Pelo menos no que tange à copa do mundo e às olimpíadas. Para uma nação pujante eventos como esses são uma bela oportunidade de mostrarem sua exuberância, destacarem as maravilhas do país e o grau de desenvolvimento atingido pelo povo anfitrião. O Canadá, a Austrália, a Alemanha, a Inglaterra e o Japão são candidatos em potencial. Agora, o Brasil tem outras prioridades, apesar de os brasileiros e o governo federal não compactuarem do mesmo pensamento. Para nós, brasileiros, realizar uma copa do mundo ou uma olimpíada é o mesmo que comer mortadela e arrotar Pata Negra, o famoso presunto cru espanhol.

As prioridades brasileiras são: Educação de qualidade em todos os níveis, erradicar o analfabetismo funcional; solucionar o grande problema do déficit habitacional, principalmente os sem-tetos e os favelados, estes merecem uma maior atenção; saneamento básico para todos, água e esgoto tratados são uma questão de saúde pública e qualidade de vida; transporte coletivo de qualidade, o nosso sistema de transporte coletivo é uma piada; Saúde pública que atenda a toda a população de maneira eficaz, o básico da saúde é um direito de todo cidadão; reforma agrária, a nossa reforma agrária foi inexplicavelmente interrompida; pavimentação em todas as cidades brasileiras; infraestrutura aeroportuária, este setor tem sido um entrave ao desenvolvimento brasileiro; ferrovias, rodovias e hidrovias de norte a sul do país, somente o estado de São Paulo possui rodovias decentes.

Entretanto, como citado antes, o povo e o governo federal não pensam assim. A prova disso foram as declarações do nosso “querido” ministro do esporte, Orlando Silva Júnior. O ministro participou neste sábado do Fórum Nacional do Esporte, em São Paulo, onde pediu para o estado “acordar”. E foi além em suas declarações: “A ausência de São Paulo na Copa das Confederações é um anúncio grave. É um sinal de que a cidade está aquém da demanda da FIFA. É lamentável. São Paulo tem que acordar e preparar um estádio”, declarou Orlando Silva Júnior. "O limite para São Paulo mostrar o que pretende em 2014 será julho, quando as autoridades da FIFA estarão por aqui. Até lá, a cidade precisa demonstrar que tem interesse em participar da Copa do Mundo", completou. O estádio que o Corinthians erguerá não ficará pronto para 2013. O clube informou em nota oficial que a obra no estádio começará na segunda-feira. Apesar do atraso na arena em Itaquera, Orlando Silva eximiu o Corinthians de responsabilidade. O ritmo lento não é culpa apenas do clube paulista, frisou o ministro. “A responsabilidade é das autoridades. É um erro achar que o Corinthians deve assumir essa responsabilidade”, disse.

Façamos uma contabilidade rapidinha. Dizem que o estádio custará aos cofres públicos algo em torne de R$ 1 bilhão. Coisa pouca, né? Tendo em vista o fato de que o Corinthians é uma entidade privada e, portanto, não pode receber verbas públicas. Porém, mesmo assim o BNDS lhe concederá R$ 400 milhões “via Odebrecht”. A prefeitura ficaria com uns R$ 240 milhões na forma de renúncias fiscais, mais uma lei criada para beneficiar a construção do estádio, lei criada em 2004, mas que atinge somente ao entorno do estádio, a região de Itaquera, “coincidência”. O restante não se sabe de onde virá, querem que o Alkimin dê a verba. Espertinhos, não? Construir estádio para clube de futebol com dinheiro público é ilegal, indecente e imoral! O senhor ministro fala com tanta altivez. Peço a ele que da próxima vez escolha um lugar melhor para fazer o seu discurso. Que tal um prédio ocupado por sem-tetos? Ministro discurse, mas olhando nos olhos das pessoas. Olhe nos olhos de quem não tem emprego e não possui um cantinho decente para abrigar os seus filhos. Brincar com o dinheiro do povo é fácil. O difícil é ser um governante de verdade, aquele governante que pensa no povo e não em seu ego. Senhor ministro desculpe-me, mas o senhor é um brincalhão, e os palhaços somos nós, o povo... Ministro Orlando Silva Júnior, São Paulo tem outras prioridades.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Marcha da maconha: Apologia às drogas ou um direito à liberdade de expressão?


Aproximadamente mil manifestantes, segundo organizadores do “evento”, participaram, no sábado 21 de maio, da passeata pela “Liberdade de Expressão” – essa substituía a Marcha da Maconha que fora proibida através de uma liminar. Parece que fora feito um acordo antes em que não se podia de forma alguma fazer apologia ao uso do entorpecente. Mas como pudemos notar nos noticiários, o acordo não foi cumprido, e nem haveria como cumpri-lo. Não há como controlar um aglomerado de pessoas, sempre haverá quem fuja do controle, como fatalmente acabou ocorrendo.

Com muitos cartazes questionando o cerceamento de liberdade de expressão e individual, outros tantos mencionavam a cannabis sativa deliberadamente. Palavras de ordem contra a Polícia, e pedindo a liberação da erva, foram entoadas aos montes. Até aí tudo bem, jovens se excedem quando participam de manifestações, mas a Polícia não se podia exceder da maneira como se excedeu. A força utilizada pelos policiais foi extrema, não havia a necessidade de tamanha agressividade, pois o protesto era pacífico e não apresentava perigo à sociedade. Ao analisar as cenas acredito que faltou preparo para a situação, lamentavelmente nossos policias não estão devidamente preparados. Pensei que policiais despreparados fosse coisa do passado: Greve de professores na década de 1980, Carandiru, Eldorado de Carajás etc. - Mas o alarmante é que pagamos um dos mais altos impostos do mundo e não dispomos, ao menos, de uma corporação militar que atenda plenamente aos anseios do povo.

Os manifestantes erraram? Sim, erraram. Os líderes cometeram um erro em seguir com a manifestação mesmo sabendo que não se devia mencionar a cannabis sativa. A Polícia errou? Demais da conta. Faltou habilidade para os militares. A justiça errou? Há de se analisar a questão. Tecnicamente, de jeito nenhum, pois, a lei é clara e taxativa, não é permitido fazer apologia às drogas. Agora, uma lei não deveria cercear a liberdade dos cidadãos. Eu defendi, aqui neste blog, o direito que o deputado federal Jair Bolsonaro tem em defender suas opiniões, o direito de externar o que realmente pensa. Eu não poderia negar às pessoas que defendem a liberação do uso da maconha o sagrado direito de manifestar-se. Numa democracia plena, absoluta, todos os cidadãos têm de ter todos os seus direitos garantidos. Não sou chegado a vícios, o máximo de excessos que cometo é quando tomo um cálice de vinho acompanhando uma boa porção de lasanha. Entretanto,o povo tem de se expressar, a apologia é apenas uma desculpa, digam-me, então, o que não é apologia neste país?


sábado, 21 de maio de 2011

Amanda Gurgel, a heroína do professorado brasileiro.

Amanda Gurgel, professora do Rio Grande do Norte, virou heroína da causa de sua classe, a classe dos professores públicos. Num depoimento no qual silencia os deputados em audiência pública, ela, a professora, crítica a situação caótica em seu estado. Ela começou seu Discurso/depoimento de maneira direta e contundente: "Como as pessoas até agora, inclusive a secretária Bethania Ramalho, apresentaram números, e números são irrefutáveis, eu também vou fazê-lo. Apresento um número de três algarismos apenas, que é o do meu salário, de R$ 930". "os deputados deveriam estar todos constrangidos com a educação no estado do Rio Grande do Norte e no Brasil. Não agüentamos mais a fala de vocês pedindo para ter calma. Entra governo, sai governo, e nada muda. Precisamos que algo seja feito pelo estado e pelo Brasil. O que nós queremos agora é objetividade". - Palavras sinceras e fortes, mas que representam o sentimento de todos os professores brasileiros. 

Amanda Gurgel não é somente uma professora, ela é também uma militante política desde os tempos de estudante, segundo entrevista sua dada ao site do PSTU. Obviamente o PSTU é o partido ao qual ela está filiada. Não poderia ser de outra forma, pois, no Brasil de hoje, só os militantes da esquerda mais radical têm coragem de enfrentar os poderosos de frente, sem medo de sofrer represálias. Os radicais desafiam os poderes, mas, de uma maneira ou de outra, acabam sendo porta-vozes das mais diversas categorias sociais. Pode-se crucificar o MST, o PSTU e associações afins. Entretanto, não devemos negar o fato de que essas associações cumprem um papel fundamental na sociedade. O papel de mensageiras do povo humilde, mensageiras das minorias, mensageiras das classes trabalhadoras. 

Para que uma democracia funcione plenamente é preciso que todos os setores da sociedade tenham voz ativa, faz-se necessário que todos participem da vida de um país. Tem de valer os direitos das classes A, B, C e das classes D e E. O cidadão mais rico do Brasil tem de ter seus direitos respeitados, mas o cidadão mais humilde do Brasil também tem de ter os seus direitos respeitados. Portanto, mesmo que façam baderna às vezes, a sociedade precisa dessa pluralidade de idéias, ainda que alguns não respeitem as instituições. Todavia, em princípio, existem direitos e deveres. Porém, o contraponto dessa balança está justamente nos “quatro” poderes: O Executivo, O Legislativo, O Judiciário e a imprensa.

É incrivelmente bom ver uma classe mal reconhecida pelos governantes, ter o seu paladino. Amanda Gurgel, a mulher que escolheu professar e tornou-se defensora de toda uma classe. Através da coragem dessa mulher muitos brasileiros sentiram uma pontinha de orgulho de ser brasileiros.


sábado, 14 de maio de 2011

Amigo aprendiz (Fernando Pessoa)



Quero ser teu amigo,

Nem demais e nem de menos…

Nem tão longe e nem tão perto.

Na medida mais precisa que eu puder.

Mas amar-te como próximo, sem medida…

E ficar sempre em tua vida.

Da maneira mais discreta que eu souber.

Sem tirar-te a liberdade.

Sem jamais te sufocar,

sem forçar a tua vontade.

Sem falar quando for a hora de calar

e sem calar quando for a hora de falar.

Nem ausente nem presente por demais…

Simplesmente, calmamente, ser-te paz.

É bonito ser amigo,

mas confesso: É tão difícil aprender…

Por isso, eu te peço paciência.

Vou encher este teu rosto

de alegrias, lembranças …

Dê-me tempo

de acertar nossas distâncias !


Fernando Pessoa

terça-feira, 10 de maio de 2011

Máscara do sorriso (Texto de Autor Desconhecido)



Na China Antiga, um homem chamado Wong, que se sentia hostilizado pelas pessoas da pequena aldeia onde morava. Um dia o senhor Wong foi visitar o sábio da região e então desabafou: cumpro minhas obrigações para com os deuses, sou um bom cidadão, um exemplar chefe de família, vivo praticando a caridade, Por que as pessoas não gostam de mim? E a resposta do mestre foi simples: embora o senhor Wong fosse caridoso, o seu rosto sério levava a todos uma conclusão diferente. Embora ele fosse muito rico, era pobre de "alegria" e "cordialidade" e, por outro lado, nunca sorria, embora ajudasse as pessoas.

O sábio deu ao senhor Wong uma máscara sorridente que se ajustava perfeitamente ao seu rosto. Advertiu-o, entretanto, de que se algum dia a tirasse do rosto, não conseguiria recolocá-la. No primeiro dia em que Wong saiu à rua, todos começaram a cumprimentá-lo e em pouquíssimo tempo já estava cheio de amigos. Mas, um dia, chegando à conclusão que as pessoas não gostavam dele, mas da máscara, pensou: é preferível ser hostilizado, a ser estimado por uma máscara falsa. Foi até ao espelho e retirou a máscara sorridente. Mas que surpresa... o seu rosto tornara-se também sorridente, assumira as expressões e o sorriso da máscara...
"O que você é internamente é uma conseqüência do que você mostra externamente"

quarta-feira, 4 de maio de 2011

JOSÉ (Carlos Drummond de Andrade)



E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?



Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?



E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?



Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?



Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!



Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?



Carlos Drummond de Andrade

domingo, 1 de maio de 2011

A balança (Texto de Autor Desconhecido)


Quando menino eu vivia brigando com meus companheiros de brinquedos. E voltava para casa lamuriando e queixando-me deles. Isto ocorria, as mais das vezes, com Beto, o meu melhor amigo.

Um dia, quando corri para casa e procurei mamãe para queixar-me do Beto ela me ouviu e disse o seguinte:

- Vai buscar a sua balança e os blocos.

- Mas, o que tem isso a ver com o Beto?

- Você verá... Vamos fazer uma brincadeira.

Obedeci e trouxe a balança e os blocos. Então ela disse:

- Primeiro vamos colocar neste prato da balança um bloco para representar cada defeito do Beto. Conte-me quais são.

Fui relacionando-os e certo número de blocos foi empilhado daquele lado.

- Você não tem nada mais a dizer? Eu não tinha e ela propôs: Então você vai, agora, enumerar as qualidades dele. Cada uma delas será um bloco no outro prato da balança.
Eu hesitei, porém ela me animou dizendo:

- Ele não deixa você andar em sua bicicleta? Não reparte o seu doce com você?
Concordei e passei a mencionar o que havia de bom no caráter de meu amiguinho. Ela foi colocando os blocos do outro lado. De repente eu percebi que a balança oscilava. Mas vieram outros e outros blocos em favor do Beto.

Dei uma risada e mamãe observou:

- Você gosta do Beto e ficou alegre por verificar que as suas boas qualidades ultrapassam os seus defeitos. Isso sempre acontece, conforme você mesmo vai verificar ao longo de sua vida.

E de fato. Através dos anos aquele pequeno incidente de pesagem tem exercido importante influência sobre meus julgamentos. Antes de criticar uma pessoa, lembro-me daquela balança e comparo seus pontos bons com os maus. E, felizmente, quase sempre há uma vantagem compensadora, o que fortalece em muito a minha confiança no gênero humano.

Os políticos são o espelho da sociedade.

      O nosso problema não está no fato de o país ser unitário ou federado, de ele ser república ou monarquia, de ele ser presidenciali...