terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Inocência (Autor desconhecido)



Uma menininha, diariamente, vai e volta andando até a escola.
Apesar do mau tempo daquela manhã e de nuvens estarem se formando, ela fez seu caminho diário.

Com o passar do tempo, os ventos aumentaram e junto os raios e trovões.
A mãe pensou que sua filhinha poderia ter muito medo no caminho de volta pois ela mesma estava assustada com os raios e trovões.

Preocupada, a mãe rapidamente entrou em seu carro e dirigiu pelo caminho em direção à escola.
Logo ela avistou sua filhinha andando, mas, a cada relâmpago, a criança parava, olhava para cima e Sorria !!!.
Outro e outro trovão e, após cada um, ela parava, olhava para cima e Sorria !!!
Finalmente, a menininha entrou no carro e a mãe curiosa foi logo perguntando:
-"O que você estava fazendo?"

A garotinha respondeu:
-"Sorrindo! O céu não pára de tirar fotos minhas!!"

Deixemos que toda inocência floresça em nossos corações para podermos ver a bela e real felicidade que está nos momentos de simplicidade.

domingo, 18 de dezembro de 2011

O Monge Mordido (Parábola)





Um monge e seus discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora do rio o escorpião o picou. Devido à dor, o monje deixou-o cair novamente no rio. Foi então à margem, pegou um ramo de árvore, voltou outra vez a correr pela margem, entrou no rio, resgatou o escorpião e o salvou. Em seguida, juntou-se aos seus discípulos na estrada. Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados.

— Mestre, o Senhor deve estar muito doente! Por que foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda: picou a mão que o salvava! Não merecia sua compaixão!
O monge ouviu tranqüilamente os comentários e respondeu: — Ele agiu conforme sua natureza e eu de acordo com a minha.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Brasil não assina tratado 'anticorrupção'



Em Genebra, País não assina entendimento que garante transparência nas compras governamentais. Esta é manchete mais utilizada nos jornais brasileiros. Países ricos assinaram nesta quinta-feira, 15, um tratado garantindo abertura de mercado de compras governamentais e estabelecimento de regras para garantir a transparência nos contratos. Este acordo é considerado um instrumento de combate à corrupção pela OMC. Entretanto, parece não ter agradado ao governo brasileiro. “Não era de interesse do Brasil”, palavras de Antonio Patriota, chanceler brasileiro. O argumento principal de Patriota foi o seguinte: O motivo, segundo ele, é a natureza do acordo, restrito a um grupo pequeno de países. O Brasil ainda insiste que antes de tudo quer abrir seu mercado de compras governamentais primeiro aos países latino-americanos.

Argumentação frágil. Todavia, os acordos devem ser assinados para serem cumpridos. Se não há a intenção de cumpri-los, por que assiná-los? Nesse ponto o governo brasileiro foi coerente, pois não consegue combater a corrupção com eficácia. A corrupção está arraigada em todos os setores, todas as camadas da sociedade brasileira. O que a torna muito difícil de combater. O Brasil é uma das nações mais corruptas do mundo. Infelizmente trata-se de uma constatação. No Brasil, o executivo, o legislativo, o judiciário e até o Ministério público, todos possuem algum grau de corrupção em suas esferas.

De que adianta um acordo desses se internamente as nossas leis são brandas, cheias de meandros que permitem a impunidade? Para que assinar um acordo de combate à corrupção se pode abrir nosso mercado aos corruptos latino-americanos? Este é o pensamento do governo brasileiro. Ao que tudo indica o governo já tomou a sua decisão, não moverá uma palha no combate à corrupção. Lamentável para os brasileiros de bem.

sábado, 22 de outubro de 2011

Corrupção (Ricardo Bergamini)

Ao acompanhar diariamente a vida da sociedade brasileira tenho a sensação que vivemos em um país habitado por um povo puro, ingênuo e honesto governado por um bando de políticos corruptos e ladrões (Ricardo Bergamini).

No Brasil todas as formações de grupos para combater a corrupção falham nos seus projetos por usarem a premissa básica de formação equivocada, ou seja: consideram que o problema da corrupção seja apenas político e não social, quando na verdade sabemos que não existe corrupção política sem haver corrupção social. O Estado não é corrupto, mas sim corrompido pela sociedade.

O médico que assina o ponto no posto de saúde pública e se ausenta para o seu consultório particular.

O motorista de táxi que fica dando voltas desnecessárias na cidade para faturar.

Os que compram produtos piratas e falsificados.

Os usuários de drogas (muitas celebridades aceitas e admiradas pela sociedade) que alimentam o traficante.

O motorista que suborna o guarda da esquina

Defende Calil Simão que não existe corrupção política sem haver corrupção social. Segundo o autor, primeiro a sociedade se corrompe para posteriormente corromper o Estado. Ensina ainda que a corrupção social se apresenta sempre que os indivíduos não possuem desinteresse individual, ou seja, quando não conseguem sacrificar um interesse particular em prol do interesse coletivo.[2] 

Corrupção política

A corrupção política é o uso das competências legisladas por funcionários do governo para fins privados ilegítimos. Desvio de poder do governo para outros fins, como a repressão de opositores políticos e violência policial em geral, não é considerado corrupção política. Nem são atos ilegais por pessoas ou empresas não envolvidas diretamente com o governo. Um ato ilegal por um funcionário público constitui corrupção política somente se o ato está diretamente relacionado às suas funções oficiais.

As formas de corrupção variam, mas incluem o suborno, extorsão, fisiologismo, nepotismo, clientelismo, corrupção e peculato. Embora a corrupção possa facilitar negócios criminosos como o tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e tráfico de seres humanos, ela não se restringe a essas atividades.

As atividades que constituem corrupção ilegal diferem por país ou jurisdição. Por exemplo, certas práticas de financiamento político que são legais em um lugar podem ser ilegais em outro. Em alguns casos, funcionários do governo ter poderes amplos ou mal definidos, o que torna difícil distinguir entre as ações legais e as ilegais. Em todo o mundo, calcula-se que a corrupção envolva mais de 1 trilhão de dólares por ano.[1] Um estado de corrupção política desenfreada é conhecido como uma cleptocracia, o que literalmente significa "governado por ladrões".

Surgimento

As pessoas que obtém poder político tendem a usá-lo em benefício próprio. Mesmo que as pessoas e as normas da sociedade não permitam, há uma tendência a surgir a corrupção. O poder político, mesmo não sendo absoluto, tende a corromper.

Em uma primeira acepção, o verbo "corromper" tem um sentido mais amplo que a prática pura e simples de corrupção política. Neste primeiro sentido, o verbo "corromper" significa a transformação - danosa para a sociedade - da personalidade da pessoa alçada à posição de exercer poder sobre os demais cidadãos (que antes desta transformação danosa eram considerados, pela normas escritas e não escritas, seus iguais).

A frase de Lord Acton

Há uma frase famosa em teoria política cuja análise pode ajudar a aclarar este conceito. Lord Acton afirmou que "O poder tende a corromper - e o poder absoluto corrompe absolutamente". Com essa afirmação sobre o poder político, Lord Acton disse que a autoridade política, nas sociedades humanas, em função apenas e tão somente de sua existência tende a danificar as relações entre seres inicialmente dotados de igualdade.

Inicialmente, "o poder tende a corromper" porque o poder político faz de seu detentor uma pessoa diferente das demais cercando-a de símbolos, distinções, privilégios e imunidades que sinalizam sua hierarquia superior. Por exemplo, regras de cerimonial regulamentam qual deve ser o comportamento das pessoas inferiores na presença da autoridade (quais gestos de deferência e respeito são devidos, por exemplo). Com o passar do tempo, ocorre uma transformação do indivíduo privado em uma autoridade pública que usa o poder em benefício privado. É dentro desta metamorfose que ocorre a corrupção do poder político de que fala Lord Acton.

A segunda parte da afirmação de Lord Acton diz que o poder absoluto corrompe absolutamente quem o exerce. A demonstração de que o poder político absoluto é intrinsecamente e totalmente corruptor foi cabalmente feita pelo exercício do poder totalitário pelos nazismo alemão e pelo stalinismo comunista russo. Estas formas de poder político eurasiano do século XX levaram ao limite o conceito do poder político absoluto. Mesmo reis e imperadores que governaram a Europa entre os séculos XV e XIX não atingiram os limites de brutalidade, arbitrariedade e destruição do tecido social que estes sistemas totalitários.

Também é possível dizer que a afirmação de Lord Acton é uma racionalização moderna da frase que o escravo encarregado de segurar a coroa de louros sobre a cabeça do general romano vitorioso deveria pronunciar, repetidamente, ao seu ouvido, durante a cerimônia do "triunfo" (homenagem que os cidadãos romanos a ele prestavam quando entrava em Roma desfilando á frente a seu exército): "Não se esqueças que és humano".

A relação inversa existente entre liberdade do indivíduo e organização da sociedade

A teoria política ocidental, ao tratar de como conciliar liberdade e capacidade de organização social, implicitamente coloca o problema do controle das pessoas por uma pessoa (ou grupo de pessoas). Isto é, o problema da política pode ser resumido em como uma pessoa (ou um grupo de pessoas) obtém o controle sobre as demais pessoas da sociedade.

O poder sobre os outros necessita de uma legitimação e essa legitimação é geralmente configurada por uma doutrina. Os preceitos jurídicos, políticos, religiosos, de sentimento nacional, de sentimento de classe social e de partido político são os principais exemplos de critérios de uma tal legitimação sobre a soberania da vontade das outras pessoas da sociedade.

Sem essa doutrina (que confere lógica a esses preceitos sociais), o uso e o abuso do poder se torna insuportável. A essa doutrina dá-se o nome de autoridade do Estado. O Estado é definido por Max Weber como a estrutura social que detém o monopólio do uso legítimo da força - no sentido de "uso ou ameaça de uso da punição física" - sobre as pessoas de uma determinada população que vive dentro de um território definido para garantir que elas respeitem as leis e normas sociais. Para uma idéia do tamanho deste poder basta afirmar que ele chega a exigir a vida dos cidadãos submetidos a ele (por exemplo através da pena de morte ou da exigência de defender seus limites territoriais em caso de guerra com outros Estados).

Embora o ditador - ou tirano – tenha uma personalidade demonstrada plenamente pelos totalitarismos modernos, ele já foi analisado pelos autores clássicos. Em sua teoria política, Platão mostra a ditadura como a pior forma de governo. No livro "República",ele mostra como o tirano obtém o poder através da manipulação das massas ingênuas e de como prende, exila e assassina adversários, com o objetivo de transformar o poder político relativo dado pela sociedade em poder absoluto.

Durante este processo de obtenção do poder político absoluto, Platão mostra como o tirano substitui as pessoas de qualidade que o ajudaram a chegar ao poder por pessoas corruptas e assassinas. Ele também cria uma guarda pessoal que tortura e mata sob suas ordens ou de outras pessoas da hierarquia que ele cria. Finalmente, Platão mostra como o tirano recorre a guerras para distrair a atenção do povo de sua ação nefasta com o objetivo de continuar a exercer o poder político.

A imperfeição humana como causa do surgimento da corrupção

Como vimos, em termos políticos, a corrupção surge no mesmo momento em que o detentor do poder do Estado passa a considerar os privilégios, os benefícios e as homenagens inerentes ao cargo como se dirigidos à sua pessoa. Tais privilégios, distinções, imunidades e deferências referem-se ao cargo e não à pessoa que o ocupa no momento.

Assim como o Estado, também a Igreja Católica sentiu a necessidade de distinguir entre os poderes inerentes à função múnus e as características muito precárias da natureza humana em sua busca de exercer o poder. Como parte das regras da Igreja, os poderes sacramentais do sacerdote não são afetados por suas falhas pessoais. Esses poderes são preservados em sua totalidade mesmo que o eclesiástico (os padres pedófilos descobertos na diocese de Boston do início do século XXI ou o papa Alexandre VI do final do século XV em Roma) seja um pecador.

A santidade da função eclesiástica ou o poder do cargo político são incompatíveis com a fragilidade da natureza humana. Assim, tanto a Igreja quanto o Estado são instituições que somente podem sobreviver de maneira não corrupta se seus membros detentores de poder fossem moralmente perfeitos. Isto é, se fossem santos ou estadistas. No entanto, estas condições são ideais e não reais. No caso do homem político, a fraqueza de sua natureza humana tende a distorcer a personalidade do seu cargo de poder e o leva, enquanto autoridade em função pública, a apropriar-se privadamente dos poderes inerentes ao cargo e não à sua pessoa.

Corrupção, é o acto final e criminalmente punível, iniciado sempre por outro crime menor, nomeadamente falsidade, abuso de poder, abandono de funções, denegação de justiça (…), e cujo objectivo é, gestualmente, verbalmente ou sem respostas, intimidar, consentir, aguardar, aceitar, solicitar ou prometer uma vantagem patrimonial ou não-patrimonial indevida, para si ou para terceiro. O acto, se for habitual e continuado, se traduz em prejuízo grave para a economia e, em sequência, cria uma crise ao desestruturar a função utilidade ou a economia do investimento, que assegurariam a igualitariedade.

Interpretação

O crime de corrupção acontece normalmente quando um político, funcionário público realiza traição para obter proveito pessoal, omite o dever de assistir, protela por tempo indeterminado, ou abandona astuciosamente a assistência, ou recusa a atribuição do direito, através de falsidade ou qualquer outra forma astuciosas, de forma a obrigar o cidadão a oferecer-lhe vantagem patrimonial ou não-patrimonial, aproveitando a sua posição e os apoios ou direitos a atribuir e aproveitando sobretudo a necessidade de quem procura a Administração. A corrupção é promovida pelo próprio Estado porque os políticos e os funcionários vêm nela um modo de fazer renda fácil e rapidamente, mudando depois de cargo ou demitindo-se para ir trabalhar para o estrangeiro ou numa empresa, depois de realizar uma grande renda. Em países como Portugal a corrupção tem sido um crime promovido e protegido pelos tribunais, de várias maneiras, sendo que em grande parte os magistrados do Ministério Público e os Juízes são da família congénita e/ou política dos funcionários públicos e dos advogados, porque a sociedade é indivisível. Por conseguinte, para promover a corrupção apenas no meio político e repartições do Estado, acontece o seguinte: a) Não se considera crime os actos preparatórios (artigo 21º, do CP), o que pode incluir as causas do crime ou a autoria, muito embora sejam as causas do facto ou a idealização e a promoção os crimes maiores e principais na realidade. Se as causas forem omissas e não tidas como crime o crime é imediatamente promovido a direito. O objectivo é proteger o autor político de actos de crime que, sendo cometido por funcionário, é sempre violento em razão da sua abrangência e difusão em pirâmide; b) O Código Penal português define o crime de corrupção com o objectivo de responsabilizar as duas partes, ou seja, de forma a proteger as duas partes que conhecem o meio (designadamente o funcionário e outro familiar seu, ou amigo, ou o superior hierárquico, podendo terem tudo combinado antecipadamente); c) Por outro lado o Estado promove a corrupção em larga escala ao não separar o objetivo da decisão, já que em Portugal a mesma entidade recebe, analisa, decide e paga os apoios sociais e às associações, permitindo também, inconstitucionalmente, realizar transferências das Câmaras Municipais quer para as esquadras de polícia e quer para atribuir apoios financeiros individuais, que vão parar sobretudo aos familiares mais próximos dos presidentes e vereadores. Ou seja, os cidadãos não têm acesso a nada e vai-se alargando o fosso da desigualdade de oportunidades. Para além disso, quando se reclama, é sempre para a entidade que produziu o erro usando-se a reclamação como forma de motivar o cidadão a procurar a Administração como se fosse a forma de garantir os direitos. Daqui deriva a usura contra a população e a economia paralela (fora da economia informal gerada nas transacções da relação social), a desigualdade e a pobreza, pois, para que sobre renda, de modo a trocá-la entre famílias de funcionários, estes recusam quase sempre o concurso aos apoios, ou a programas de investimento através de meios astuciosos, ou pelo menos tentam sempre minimizar a cedência de direitos, ou falsificar documentos e a interpretação das leis, muitas vezes esses direitos são essenciais de modo a não criar o vício de estagnação da vida da pessoa em causa. Para além disso quem não conhece o meio e a forma de fazer a corrupção jamais poderá ter acesso a direitos em Portugal.

Corrupção do Estado e Corrupção Social

Defende Calil Simão que não existe corrupção política sem haver corrupção social. Segundo o autor, primeiro a sociedade se corrompe para posteriormente corromper o Estado. Ensina ainda que a corrupção social se apresenta sempre que os indivíduos não possuem desinteresse individual, ou seja, quando não conseguem sacrificar um interesse particular em prol do interesse coletivo.[2]

Tipos formais de agentes de corrupção

Os agentes que praticam a corrupção são classificados em dois tipos: os agentes de corrupção ativa (agentes que oferecem e/ou dão dinheiro) e os agentes de corrupção passiva (agentes que pedem e/ou recebem dinheiro).

A corrupção é um crime biunívoco no sentido matemático do termo pelo fato de que para cada corrupto existente no domínio governamental existe um outro corrupto no contra-domínio privado.[3]

Agentes de corrupção passiva (ou "agentes públicos corrompidos") são governantes ou funcionários públicos que utilizam o poder do Estado para atender às demandas especiais dos agentes corruptores. Governantes são funcionários públicos temporários eleitos democraticamente ou funcionários públicos colocados em cargos de confiança pelos que foram eleitos (em função da legislação).

Agentes de corrupção ativa (ou "agentes privados corruptores" são ou empresários ou gestores de empresas ou gestores de grupos religiosos ou líderes de grupos étnicos ou líderes de grupos de interesse) que buscam aumentar seu poder político e financeiro em relação ao poder político de seus concorrentes do resto da sociedade.

Nem sempre o agente privado é aquele que inicia o acto de corrupção. As leis e normas do serviço público às vezes são usadas pelo agente público para dar início ao ato da corrupção. Por exemplo, o agente público pode não aprovar um pedido de alvará de comércio de um comerciante até que este se disponha a pagar um valor monetário determinado.

Consequentemente, dentro da lógica de uma economia de mercado falseada, este conceito pode tornar-se muito mais complexo. Em países especialmente marcados pela corrupção, frequentemente são os próprios detentores de cargos públicos a tomar a iniciativa de se aproximar, directa ou indiretamente, dos agentes econômicos, propondo a concessão de contratos, mediante o pagamento de uma "comissão", em dinheiro ou em espécie.

Em tal contexto, a noção de activo ou passivo ficará claramente distorcida. Com efeito, já não se trata apenas de alguém a tentar viciar, pontualmente, as regras do mercado, obtendo para si ou para uma determinada empresa benefícios especiais, face aos concorrentes. Pelo contrário, antes se trata agora de uma ação encetada por figuras detentoras do poder de decisão, que selecionam e convidam as empresas de acordo com o nível dos pagamentos que intentam extorquir. No primeiro caso, as regras do mercado são violadas. No segundo, o mercado deixa de funcionar, acabando, em situações extremas, por se verificar o desaparecimento de empresas concorrentes.

Passa, assim, a existir uma espécie de "sociedade" que engloba um reduzido grupo de empresários e os detentores de cargos públicos. De salientar que corrupção não é um crime sem vítimas. De fato, quando esta se torna endêmica, os dinheiros públicos deixam de ser investidos em projetos ou infra-estruturas realmente necessários, susceptíveis de melhorar a qualidade de vida das populações, antes ocorrendo em áreas da economia de interesse marginal. As empresas não beneficiadas perdem, os cidadãos sofrem as consequências de investimentos estéreis e, numa óptica global, a sociedade fica mais pobre.

Este tipo de corrupção pode conduzir a fortes distorções do mercado, violando, pelos seus efeitos,as boas práticas de concorrência. Nos países em que a corrupção é mais endêmica, práticas como os "Negócios com o Estado à Mobutu", como era denominada no Zaire a relação entre os agentes privados e o poder político, ou, em Portugal, a figura do "Cambão" (acordo entre empresas e o poder público, que permite a um grupo reduzido de agentes ganhar, rotativamente, os concursos), ou "as Empreitadas à Minhota" (designação conferida em certas localidades transmonanas aos concursos públicos, deferidos em função dos "envelopes" entregues a uma figura do poder local), condicionam fortemente o desenvolvimento econômico das regiões.

Em última análise, o fluir da atividade econômica não vai ao encontro das reais necessidades das populações, mas sim dos interesses ilícitos dos agentes políticos, em conluio com um reduzido número de empresários - pelas razões óbvias, geralmente no âmbito das obras públicas. Em vez de se fomentar um empreendedorismo criativo e salutar, são antes favorecidas intervenções que trazem um reduzido valor acrescentado ao bem-estar das populações.

Só mediante um efetivo funcionamento das instituições democráticas, de um direito da concorrência implementado de forma rigorosa e, naturalmente, de um controle efetuado por instituições supervisoras, pelos "mass-media" e pela população, em geral, se poderá combater uma tão nefasta prática.

O nome que tem se firmado no mundo ocidental para os crimes desta natureza é "crime de colarinho branco", em função de seus agentes envergarem, geralmente, os trajes que caracterizam o mundo dos negócios ou da política, como terno, gravata e camisa com colarinho branco.

A corrupção política pode ser grande ou pequena e organizada ou desorganizada. Pode se iniciar nos escritórios de agentes políticos e seus partidos, nos escritórios das grandes ou pequenas empresas, nos escritórios de agências governamentais. Pode também se iniciar até mesmo em reuniões sociais como festas de aniversário, de casamento ou de velhos amigos da escola.

Aspectos teóricos e o ataque à boa governança

O entendimento e a luta contra o problema da corrupção política se baseiam numa distinção analítica entre a atividade do crime de corrupção propriamente dito e a atividade criminal operacional a ela subjacente.

A associação de ambos os tipos de crimes faz transferir renda da população como um todo para indivíduos ou grupos de indivíduos corruptos ou renda de partes da população (desde um indivíduo até classes sociais inteiras) para indivíduos ou grupos de indivíduos corruptos. A corrupção impede o desenvolvimento econômico da nação ao permitir a extração de renda de setores vulneráveis da população ou de pessoas ou de empresas que conseguiram juntar riqueza patrimonial. A espoliação desta riqueza passa a ser o objetivo dos detentores do poder político.

Agentes de corrupção passiva e dos agentes de corrupção ativa têm como objetivo a obtenção de diferenciais competitivos ilegais para seus empreendimentos, sejam estes legais ou ilegais, formais (uma empresa reconhecida pela sociedade, uma organização não governamental ou uma igreja, por exemplo) ou informais (pessoa comum que presta serviços domésticos, por exemplo).

Diferencial competitivo é uma característica que permite que uma empresa obtenha lucro em sua atuação no mercado de algum bem ou serviço. Diferenciais competitivos clássicos considerados honestos em termos econômicos e legais são por exemplo a obtenção de um custo médio de produção menor que o custo médio de produção das empresas concorrentes em função da escolha e adoção correta de técnicas de produção e/ou em função da empresa possuir uma maior escala de produção.

Diferenciais competitivos ilegais podem variar muito em sua extensão econômica. Uma empresa pode obter através de fraude, por exemplo, um monopólio sobre um setor industrial (ou de serviços) de um Estado concedido através de lei. Os monopólios legais são mecanismos pelos quais a atuação comercial ou industrial em determinado setor é restrita a apenas um empreendimento. Já os oligopólios legais são mecanismos em que a atuação comercial ou industrial em um determinado mercado é permitida a algumas empresas apenas. O lucro monopolístico ou o lucro oligopolístico obtido por empresas legais pode atingir centenas de bilhões de dólares.

Outro diferencial competitivo obtido de maneira ilegal é conseguido através da obtenção, pelos parlamentos, de legislações adequadas. Toda legislação (leis, normas, portarias etc) tem uma razão principal e explícita: a que geralmente está em seu artigo primeiro. Por exemplo, a lei que rege a maneira como os animais devem ser abatidos e sua carne deve ser industrializada tem como razão principal a defesa da saúde pública. No entanto, dentro do ponto de vista econômico, existem razões secundárias e que estão implícitas ao contexto em que a lei é criada e promulgada. Uma das razões secundárias para a multiplicação de leis é a criação de dificuldades para que nem todos possam ter acesso ao mercado de modo a se criar um mercado em situação de monopólio ou oligopólio.

Efeito sobre o desenvolvimento econômico

Os agentes de corrupção impedem o desenvolvimento econômico criando fortes distorções e deficiências no mercado. Por exemplo, as empresas privadas sofrem com o aumento do custo dos negócios em função da necessidade de realizar pagamentos ilícitos exigidos pelos funcionários corruptos, de ter que aumentar a complexidade do gerenciamento em função da necessidade de negociar com os funcionários corruptos e do risco judicial e à imagem causado por eventual vazamento ou detecção da ilegalidade por funcionários e juízes não corruptos.

As ações corruptas tendem a beneficiar os agentes de corrupção ativa e não a sociedade como um todo. O ganho dos agentes de corrupção passiva é extremamente pequeno em relação ao ganho financeiro dos agentes de corrupção ativa e menor ainda que as perdas econômicas ponderadas da sociedade. Um exemplo é a criação e promulgação de leis e portarias que protegem as grandes empresas às custas das pequenas empresas (que são levadas a sair do mercado por não conseguirem atender o que a legislação criada exige) e do público em geral (que pagará preços mais altos à medida que as pequenas empresas saem do mercado e as grandes empresas conseguem fazer valer seu poder econômico oligopolístico). O custo das grandes empresas para obter este retorno é apenas e tão somente o suborno (ou as contribuições eleitorais) os agentes de corrupção passiva que usaram seu poder institucional para elaborar e promulgar tais leis. Os agentes de corrupção passiva (funcionários públicos e políticos, embora pensem que estão apenas "retornando", em um sentido econômico, o investimento que as grandes empresas fizeram ao contribuir para suas campanhas eleitorais, na verdade estão causando uma forte parada do desenvolvimento econômico do país em questão).

Os agentes de corrupção podem agir no sentido de direcionar o investimento público em projetos de uso de capital em que a quantidade monetária usada para o suborno pode ser mais generosa como, por exemplo, as grandes obras de infra-estrutura (estradas, usinas hidrelétricas, usinas termo e hidrelétricas etc). Os agentes passivos (governantes e os funcionários públicos), para promover ou esconder essas negociações, podem aumentar a complexidade dos projetos dos setores públicos e as exigências de habilidade técnica ou de experiência em negócios semelhantes, de maneira a diminuir a possibilidade de novos pretendentes às licitações fraudadas aparecerem para concorrerem.

A afirmação que a corrupção reduz custos porque diminui os procedimentos burocráticos legais exigidos em função do fornecimento de subornos ou propinas (que são menores que os custos burocráticos) não se sustenta numa análise mais profunda. A razão é que tais propinas induzem os funcionários públicos e empregados de empresas privadas interessadas em barreiras legais de entrada em seu setor aos novos concorrentes a formarem grupos de interesse e a pressionar os respectivos parlamentos para criarem novas leis e normas legais. Os legisladores corruptos - acumpliciados com os agentes públicos e privados de corrupção - imporão maiores custos em um novo ciclo de corrupção.

Ao inflacionar o custo dos negócios, a corrupção diminui a disponibilidade de bens e serviços á sociedade. Ao diminuir o jogo capitalista da competição entre empresas, ela também aumenta os custos dos bens e serviços, diminuindo sua disponibilidade aos cidadãos. Ao blindar as empresas ligadas conectadas por laços de corrupção aos agentes públicos corruptos, a corrupção permite não apenas a sobrevivência e crescimento de empresas ineficientes para o fornecimento de bens e serviços a um preço adequado à sociedade, mas também favorece – no jogo de mercado capitalista – o desaparecimento das empresas eficientes, mas desprovidas de conexões com os agentes de corrupção.

Relação com outros crimes

O resultado da corrupção política pode ser desde a apropriação de bens públicos. A apropriação de serviços públicos, a apropriação de dinheiro público, o nepotismo, a cobrança de propinas, a extorsão, a compra e a venda de influência política e a realização de fraudes em licitações públicas.

No entanto, além da obtenção de diferenciais competitivos ilegais, um segundo objetivo principal dos agentes ativos e passivos de corrupção política é a facilitação de atividades criminais como o tráfico de drogas, a lavagem de dinheiro e exploração da prostituição. Neste caso, atividades criminosas – como a do contrabando, o do tráfico de armas, o tráfico de seres humanos, o tráfico de órgãos, o tráfico de animais silvestres, o tráfico de influência política – usam a corrupção política como ferramenta criminosa.

Fatores de favorecimento

NAS (NAS et al, 1986) divide as causas da corrupção em "causas derivadas de características pessoais" e em "influências estruturais". As características pessoais podem ser resumidas em desejo por poder derivado de status social. As influências estruturais são divididas em capacidade e qualidade do envolvimento dos cidadãos (que mais tarde Putnam denominou de capital social) e os efeitos do sistema judiciário e legal. Para uma abordagem teórica da corrupção, veja o artigo "A Policy-Oriented Theory of Corruption" (NAS, Tevfik, PRICE, Albert e WEBER Charles. American Political Science Review, 1986).

O principal fator favorável à corrupção é o regime de governo em que não há democracia, isto é, o regime ditatorial ou autoritário. Nestes regimes, as estruturas governamentais de tomada de decisão concentram o poder de decisão em poucas pessoas.

Existem diferenças culturais na forma como corrupção é realizada e na forma com que o dinheiro extraído é empregado. Por exemplo, em países da África a corrupção tem sido uma forma de extração de renda em que o capital financeiro obtido é exportado para o exterior ao invés de ser re-investido no país. A imagem dos ditadores que possuem contas bancárias em bancos suíços é caricata, mas muito freqüentemente verdadeira. Por outro lado, a corrupção em alguns governos asiáticos, como o do presidente Suharto (que cobrava suborno na forma de percentagem da receita bruta de todos os negócios realizado na Indonésia), tende a não exportar em níveis tão elevados o capital extraído e a fornecer mais condições para o desenvolvimento com investimentos em infra-estrutura, lei e ordem (que não afetem logicamente a atividade da corrupção) etc. Em países da América do Sul, os agentes de corrupção historicamente tem mantido ambos os enfoques.

Pesquisadores da Universidade de Massachusetts estimaram que a fuga de capitais dos 30 países africanos sub-saarianos ultrapassou 187 bilhões de dólares, uma soma que excede a dívida externa desses países. A perda dos países, medida em desenvolvimento econômico retardado ou suprimido das sociedades, foi modelada em uma teoria pelo economista, Mancur Olson. Um dos fatores para o comportamento africano foi que a instabilidade política levava os novos governantes a confiscar os ativos obtidos de forma corrupta pelos governantes antigos. Isto levava todos os governantes e funcionários a enviar a riqueza adquirida de forma corrupta para o exterior para ficarem fora do alcance do confisco caso perdessem o poder político.

A falta de transparência da estrutura governamental é outro fator favorável. Mesmo em regimes democráticos podem existir e geralmente existem estruturas viciadas através das quais a legislação dificulta ou mesmo impede a prestação de contas dos tomadores de decisão para a cidadania. O impedimento do olhar fiscalizador do uso do dinheiro público por parte do cidadão implica seu acesso ao interior da estrutura burocrática estatal de tomada de decisão e não apenas aos efeitos da tomada de decisão na realidade.

Falta de simetria de informação entre os membros da sociedade. A falta de educação de qualidade em que é mantida a maior parte da população dos países mais corruptos é um fator extremamente favorável à instalação e manutenção da corrupção porque cria um círculo vicioso de atividades de corrupção.

Mesmo que haja democracia formal, a população mantida ignorante acaba votando em políticos corruptos que apenas possuem um discurso de proteção às pessoas mais desfavorecidas. Tais políticos corruptos, ao obterem ou manterem o poder político, forçam para usar o poder político em ações corruptas com o dinheiro dos cidadãos (seja público, oriundo dos impostos e de posse do Tesouro do Estado, seja ele capital privado, em mãos dos cidadãos). Esse capital financeiro público ou privado transferido para os agentes corruptos ativos ou passivos deixa menos valor econômico a ser investido em educação.

Em termos de Teoria Econômica pode-se dizer também que o custo de oportunidade do capital extraído para a corrupção é infinito, pois não há nenhum ganho alternativo para a sociedade como um todo (para sua população) com sua transferência para os grupos de agentes de corruptos.

A falta de educação política também é um fator que aumenta a propensão do cidadão em não defender e/ou não exercer seus direitos de cidadania, como a liberdade de expressão ou a liberdade de imprensa. Ela aumenta também a negligência dos cidadãos do país na defesa de seu status social de cidadão.

A visão do poder político como fator necessário e suficiente para a existência da corrupção

O poder político é o poder que os membros de uma sociedade estabelecida conferem a um ou alguns de seus membros para que dirijam a sociedade conforme regras escritas e/ou não escritas. O poder político sobre a sociedade é legitimado por um conjunto de princípios organizacionais – as normas e as leis que aparecem durante o desenvolvimento histórico da sociedade. Nesta acepção de poder restringido pelas leis escritas e/ou pelas regras e normas sociais informais da sociedade, o poder político é um poder não absoluto. Ele depende exatamente destas regras.

A existência destas regras implica que as pessoas em sociedade trocam uma parte de sua liberdade pela possibilidade de viverem dentro da organização social. O poder político se origina dessa necessidade que as pessoas têm de viver em sociedade. Portanto, ele se origina dessa necessidade de autoridade que permita a existência mesma da sociedade.

A obtenção mesma, por parte do sujeito, de funções de poder político o retira da esfera da vida privada e o coloca na esfera da vida pública. Isto é, o ato de exercer as funções de poder político confere ao sujeito autoridade política, isto é, "capacidade de exercer poder sobre as outras pessoas da sociedade". Essa mudança equivale a uma agressão radical à igualdade natural que existe biologicamente entre todas as pessoas e que vêm dos tempos dos em que os seres humanos eram povos caçadores-coletores e as sociedades eram muito incipientes em termos de regras sociais.



Ricardo Bergamini

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domingo, 16 de outubro de 2011

Os Sapos (Texto de Autor Desconhecido)



Se existem três sapos numa folha, e um deles decide pular da folha para a água, quantos sapos restam na folha?

A resposta certa é: 

- Restam três sapos. Porque o sapo apenas decidiu pular. Ele não fez isso.

Nós não somos como o sapo, muitas vezes? Que decide fazer isso, fazer aquilo, mas ao final acabamos não fazendo nada?

Na vida, temos que tomar muitas decisões. Algumas fáceis; algumas difíceis.

A maior parte dos erros que cometemos não se devem a decisões erradas. A maior parte dos erros se devem a indecisões. Temos que viver com a consequência das nossas decisões. Isto é arriscar. Tudo é arriscar.

Rir é correr o risco de parecer um tolo. Chorar, é correr o risco de parecer sentimental. Abrir-se para alguém é arriscar envolvimento.

Expor os sentimentos é arriscar a expor-se a si mesmo. Expor suas idéias e sonhos é arriscar-se a perdê-los. Amar é correr o risco de não ser amado.

Viver é correr o risco de morrer. Ter esperanças é correr o risco de se decepcionar. Tentar é correr o risco de falhar.

Os riscos precisam ser enfrentados, porque o maior fracasso da vida é não arriscar nada.

A pessoa que não arrisca nada, não faz nada, não tem nada, é nada. Ela pode evitar o sofrimento e a dor, mas não aprende, não sente, não muda, não cresce ou vive.

Presa à sua servidão, ela é uma escrava que teme a liberdade. Apenas quem arrisca é livre.

O pessimista, queixa-se dos ventos. O otimista espera que mudem. O realista, ajusta as velas.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Janelas de hospital (Texto de Autor Desconhecido)




Certa vez, dois homens estavam seriamente doentes na mesma enfermaria de um grande hospital. O cômodo era bastante pequeno e nele havia uma janela que dava para o mundo. Um dos homens tinha, como parte de seu tratamento, permissão para sentar-se na cama por uma hora durante as tardes (algo a ver com a drenagem de fluido de seus pulmões). Sua cama ficava perto da janela. O outro, contudo, tinha de passar todo o seu tempo deitado de barriga para cima.

Todas as tardes, quando o homem cuja cama ficava perto da janela era colocado em posição sentada, ele passava o tempo descrevendo o que havia lá fora. A janela aparentemente dava para um parque onde havia um lago. Haviam patos e cisnes no lago, e as crianças iam atirar-lhes pão e colocar na água barcos de brinquedo. Jovens namorados caminhavam de mãos dadas entre as árvores, e havia flores, gramados e jogos de bola. E ao fundo, por trás da fileira de árvores, avistava-se um belo contorno dos prédios da cidade.

O homem deitado ouvia-o sentado descrever tudo isso, apreciando todos os minutos. Ouviu sobre uma criança que quase caiu no lago e sobre como as garotas estavam bonitas em seus vestidos de verão. As descrições do seu amigo eventualmente fizeram-no sentir que quase podia ver o que estava acontecendo lá fora... Então, em uma bela tarde, ocorreu-lhe um pensamento: por que o homem que ficava perto da janela deveria ter todo o prazer de ver o que estava acontecendo? Por que ele não podia ter essa chance? Sentiu-se envergonhado, mas quanto mais tentava não pensar assim, mais queria uma mudança. Faria qualquer coisa!

Numa noite, enquanto olhava para o teto, o outro homem subitamente acordou tossindo e sufocando, suas mãos procurando o botão que faria a enfermeira vir correndo. Mas ele o observou sem se mover... mesmo quando o som da respiração parou. De manhã, a enfermeira encontrou o homem morto e, silenciosamente, levou embora o seu corpo.
Logo que apareceu apropriado, o homem perguntou se poderia ser colocado na cama perto da janela. Então colocaram-no lá, aconchegaram-no sob as cobertas e fizeram com que se sentisse bastante confortável. No minuto em que saíram, ele apoiou-se sobre um cotovelo, com dificuldade e sentindo muita dor, olhou para fora da janela. Viu apenas um muro...

A vida é, sempre foi e será aquilo que o nós a tornamos. Valorize as pessoas que fazem o possível para tornar a sua vida melhor, faça essas pessoas mais felizes.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Abaixo-assinado contra o direito de o réu mentir.



Abaixo-assinado contra o direito de o REÚ MENTIR.

Jorge Lordello, o Doutor Segurança, alerta que a Lei Penal no Brasil concede DIREITO a BANDIDO de MENTIR e NEGAR a VERDADE, pois não é obrigado a depor contra si. Além do silêncio, réus podem optar, ainda, pela MENTIRA, dificultando, assim, investigações policiais. A "MENTIRA" como meio de defesa integra as diversas facetas do chamado "jeitinho brasileiro" de se resolver as coisas da forma errada. E o mais lamentável, é que não produz indignação moral. É como se a MENTIRA bem contada fosse passível de PERDÃO! O direito penal americano também garante aos réus direito ao silêncio, mas aplica severas penas previstas pelo CRIME DE PERJÚRIO, àqueles que faltam com a verdade na tentativa de se livrar de delito. Portanto PLEITEAMOS A APROVAÇÃO DA "LEI DO PERJÚRIO" no Brasil, com a finalidade de punir severamente criminosos que tentam se livrar de condenação usando como arma a MENTIRA.

Vamos nos unir nesta LUTA em favor da VERDADE!!! Autor:Jorge Lordello, o Doutor Segurança http://www.tudosobreseguranca.com.br/


O link para participar do abaixo-assinado:

http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N14027

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Por que pagar impostos?



Andei refletindo sobre o tema: então, por que pagar impostos? Está aí um tema que nos leva a várias explicações.

Mas vou me ater ao essencial. Talvez seja uma visão romântica da coisa. Eu não sei, quem sabe? Não sou o dono da verdade, mas é assim que a vejo.

Todos nós sabemos que não existem milagres, nenhum estado se sustenta sem arrecadar impostos, nenhum povo consegue sobreviver sem que haja a taxação de riquezas. Através dos tempos foram muitas as maneiras de se obter verbas que mantivessem a máquina pública em pé. Não entrarei em detalhes a respeito de como se arrecadavam verbas, fossem com taxações ou saques através guerras…

Nos dias de hoje, uns estados cobram mais, outros cobram menos, mas, incondicionalmente, todos se valem dessa prerrogativa… Para mim você não paga impostos, você recolhe a parte que cabe ao governo. De todas as riquezas produzidas no país, o cidadão produtor é dono de uma parte e a outra pertence ao estado, portanto, pertence aos seus conterrâneos também. Trata-se de uma partilha, os que produzem mais, dividem a riqueza com os que produzem menos. A isso chamamos de partilha de riquezas, distribuição de rendas.

Uma vez que o cidadão sonega impostos e nega-se a pagar o que lhe cabe. Esse cidadão não está se negando a dar o seu dinheiro, mas, sim, tomando de seus vizinhos, amigos e irmãos. Óbvio, está tomando, num português mais claro, está roubando. Pois sonegar impostos é roubar na fonte. Quem sonega comete um crime no mesmo grau que um corrupto, que um corruptor. A gravidade do crime é a mesma.

O que devemos questionar, devemos lutar para que mude, é a forma com que se aplica o dinheiro do povo. No que se investe a parte coletiva, a riqueza coletiva deve ser investida com austeridade, com parcimônia.

Saúde, saneamento básico, infra-estrutura, educação, seguro previdenciário e estabilidade econômica, sim a estabilidade econômica também depende da riqueza coletiva, vide o PROER nos anos 90. Aliás, o PROER é um belo exemplo de como se deve usar a riqueza do povo com sabedoria e austeridade…

Não sei se me fiz entender, mas acho que o espírito da coisa deu para captar. Você não paga impostos, você produz riquezas e tem um sócio, o governo, melhor falando, o povo. Todos nós somos sócios nas riquezas produzidas pela nação, por isso a necessidade de um bom gestor público.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Está no ar o novo site de Paulo Markun: Brado Retumbante, do golpe às diretas


Paulo Markun acaba de inaugurar um novo site. Um site cujo intuito e resgatar a memória do povo brasileiro, quando o assunto é política. Algo muito apropriado, pois nosso povo tem memória curta.
Endereço do site: http://www.bradoretumbante.org.br/
“A história recente do Brasil é praticamente ignorada pelas novas gerações. Há pouco material disponível nos currículos e também na grande mídia, que só se mobiliza em razão de efemérides.
O projeto Brado Retumbante - do golpe às diretas, pretende reduzir preencher essa lacuna, ampliando o conhecimento do grande público sobre o processo que levou ao fim da ditadura. Entender como grupos tão diferentes nem sempre comprometidos com a democracia representativa se uniram no que foi o maior movimento de massas da história do país é o objetivo principal. Sensibilizar quem diz não se interessar por política, o maior desafio.
Do golpe militar de 31 de março de 1964, que derrubou o presidente João Goulart ao grande comício de 16 de abril de 1984, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo – foram 20 anos marcantes. Para resgatá-los, ao menos em parte, o jornalista Paulo Markun iniciou este projeto em 1986, ao entrevistar uma série de personalidades em eventos ao vivo, na Unicamp. Dali deveria sair um livro, que chegou a ser iniciado. No ano passado, o projeto foi retomado, agora com a articulação entre várias mídias – site, documentário, CD e livro. Tudo construído com a ajuda de mecanismos participativos, que permitem aos interessados registrarem sua participação nesse processo. Isso pode ser feito explorando fotos da campanha das diretas, mandando contribuições pelo blog Memória Coletiva ou entrando em contato com o responsável pelo projeto.
Nas últimas décadas, esses acontecimentos foram abordados por vários ângulos: na visão dos participantes da luta armada, em depoimentos e memórias dos militares que participaram do golpe, nas lembranças de políticos e exilados, em teses acadêmicas. Brado Retumbante procura sintetizar esse material e conectá-lo a depoimentos exclusivos, gravados em vídeo, com a ajuda de 15 pesquisadores. O conjunto desses registros, somando mais de 40 horas de vídeo ficará nos acervos do Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, e da Cinemateca Brasileira. Pesquisas, depoimentos e relatos publicados no site serão utilizados por Paulo Markun para produzir um livro sobre o tema, a ser publicado em 2012.
Os entrevistados, até o momento, em ordem alfabética: Abelardo Blanco, Agnaldo Timóteo, Alberto Goldman, A. P. Quartim de Morais, Almino Affonso, Almyr Gajardoni, Aloysio Nunes Ferreira, Álvaro Dias, André Franco Montoro Filho, Antonio Maschio, Armênio Guedes, Airton Soares, Belisário dos Santos Jr, Bernardo Lerer, Carlos Brickmann, Carlos Nascimento, Cristovam Buarque, Davi Lerer, Delcimar Pires, Devanir Ribeiro, Domingos Leonelli, Eduardo Muylaert, Eduardo Suplicy, Fafá de Belém, Fernando Faro, Fernando Henrique Cardoso, Franklin Martins, Getúlio Hanashiro, Jair Meneguelli, Jandira Feghali, Jorge da Cunha Lima, José Álvaro Moisés, José Carlos Dias, José Dirceu, José Genoino, José Gregori, José Luiz Teixeira, José Sarney, José Serra, Lu Fernandes, Lucélia Santos, Maitê Proença, Marcelo Tas, Marcio Thomaz Bastos, Marco Antônio Tavares Coelho, Marco Maciel, Mário Sérgio Duarte Garcia, Marta Suplicy, Mauro Montoryn, Mauro Santayanna, Michel Temer, Miguel Jorge, Paulo Sérgio Pinheiro, Pedro Simon, Ricardo Kotscho, Ricardo Montoro, Ricardo Zarattini, Roberto Freire, Roberto Requião, Roberto Saturnino Braga, Rodolfo Konder, Roger, Teotônio Vilela Filho, Thelma de Oliveira, Tidei de Lima, Vanderlei Macris, Vladimir Palmeira, Walter Franco.
O projeto Brado Retumbante é uma iniciativa do Instituto de Cultura Democrática com patrocínio da Uninove - Universidade Nove de Julho.”
Claro que alguns apaixonados pela extrema-direita não gostarão muito desse site, mas, fiquem calmos, o site é democrático e todas a figuras políticas deste país terão direito à palavra.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A primeira vista (Chico César)



Nascido em 26 de janeiro de 1964, cantor, compositor, escritor e jornalista brasileiro. Chico César é um paraibano que dignifica os nordestinos. Como tantos outros talentos oriundos deste pedaço, maravilhoso, do Brasil, Chico César sabe transitar com maestria pelos labirintos poéticos. Em seu currículo pode-se notar belas interpretações, dentre tantas há de se destacar as seguintes canções: “Onde estará o meu amor”, “Últimas palavras do anjo diluidor”, “Mama África”, “Filme Triste” e a magistral “A Primeira Vista”.

A Primeira Vista

Composição: Chico César

Quando não tinha nada, eu quis
Quando tudo era ausência, esperei
Quando tive frio, tremi
Quando tive coragem, liguei...

Quando chegou carta, abri
Quando ouvi prince, dancei
Quando o olho brilhou, entendi
Quando criei asas, voei...

Quando me chamou, eu vim
Quando dei por mim, tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei...

Amarazáia zoê, záia, záia
A hin hingá do hanhan.....
Ohhh!
Amarazáia zoê, záia, záia
A hin hingá do hanhan.....

Quando não tinha nada, eu quis
Quando tudo era ausência, esperei
Quando tive frio, tremi
Quando tive coragem, liguei...

Quando chegou carta, abri
Quando ouvi Salif Keita, dancei
Quando o olho brilhou, entendi
Quando criei asas, voei...

Quando me chamou, eu vim
Quando dei por mim, tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei...

Amarazáia zoê, záia, záia
A hin hingá do hanhan...
Ohhhhh!
Amarazáia zoê, záia, záia
A hin hingá do hanhan.....

Quando me chamou, eu vim
Quando dei por mim, tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei...

Amarazáia zoê, záia, záia
A hin hingá do hanhan....

Ohhhhh!
Amarazáia zoê, záia, záia
A hin hingá do hanhan...(2x)

Ohhhhh!
Amarazáia zoê, záia, záia...




quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O barbeiro (Texto de Autor Desconhecido)



Um homem foi ao barbeiro.
E enquanto tinha seus cabelos cortados conversava com ele.
Falava da vida e de Deus.
Dai a pouco, o barbeiro incrédulo não agüentou e falou:
- Deixa disso, meu caro, Deus não existe!
- Por quê?
- Ora, se Deus existisse não haveria tantos miseráveis, passando fome!
- Olhe em volta e veja quanta tristeza. É só andar pelas ruas e enxergar!
- Bem, esta é a sua maneira de pensar, não é?
- Sim, claro!
O freguês pagou o corte e foi saindo, quando avistou um maltrapilho imundo, com longos e feios cabelos, barba desgrenhada, suja, abaixo do pescoço.
Não agüentou, deu meia volta e interpelou o barbeiro:
- Sabe de uma coisa?
- Não acredito em barbeiros!
- Como?
- Sim, se existissem barbeiros, não haveria pessoas de cabelos e barbas compridas!
- Ora, eles estão assim porque querem. Se desejassem mudar, viriam até mim!
- Agora, você entendeu.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Evita Perón, um mito argentino.


Conhecida como Evita, María Eva Duarte de Péron, (província de Buenos Aires, sete de Maio de 1919 — Buenos Aires, 26 de Julho de 1952), de atriz tornou-se esposa do General Juan Domingo Péron e conseqüentemente veio a ser primeira Dama da Argentina com a eleição de seu esposo.  Filha bastarda de um rico estancieiro, Evita teve uma infância modesta, porém, digna devido ao esforço de sua mãe. Mais tarde tentou o estrelato, mas, só, sem recursos e com pouca instrução. A menina simples passou por dificuldades até que conseguisse se firmar como atriz de rádio. Sim, ela era atriz de rádio, pois os programas de rádio faziam muito sucesso na primeira metade do século passado.
 Evita conquistou os argentinos, viam nela uma espécie de mãe dos pobres, mãe dos descamisados.  Com um discurso populista e envolvente, palavras que tocavam fundo a alma daquele povo sofrido. No papel de primeira-dama, Evita desenvolveu um trabalho intenso no lado político, criando o Partido Peronista Feminino e dando direito a voto às mulheres em 1947. Ao mesmo tempo, no lado social, desenvolveu a Fundação Eva Perón, onde trabalhava mais de 18 horas por dia distribuindo alimentos, roupas, construindo hospitais, escolas, lares para mães solteiras e asilos para idosos. Apesar de ter ganhado a simpatia da classe mais baixa da população, Evita era severamente atacada pela oposição, que transferiu para ela a antipatia e a rejeição que sentiam por Perón. E foi dessa maneira que o mito ganhou força. Quanto mais lhe batiam mais o povo lhe amava.
Impulsionada pelas massas para candidatar-se à vice-presidente numa chapa que teria Perón como presidente, Evita -que se encontrava doente em conseqüência de um câncer diagnosticado em 1946, mas que não foi cuidado- negou o pedido dizendo que seu "humilde coração de mulher Argentina" a impedia de assumir tal cargo. Após vários meses de sofrimento pelo câncer, Eva Perón faleceu no dia 26 de julho de 1952, com apenas 33 anos. A sua morte causou uma comoção nacional sem precedentes na história da Argentina. O seu Velório durou 14 dias, sendo acompanhado por milhares de argentinos que se comprimiriam nas ruas e avenidas de Buenos Aires para se despedir da "mãe dos descamisados". Com a queda de Perón, o seu corpo embalsamado foi removido pelos militares de seu túmulo, pois tinham medo de que o local virasse uma fonte de adoração. Enterrado numa cova com um falso nome na Itália, o corpo só foi devolvido a Perón em 1971, durante o exílio do ex-presidente em Madri.
Morte na juventude, personalidade cativante, tudo isso somado a razão de ser do argentino, o sangue latino, emotivo e melodramático. Combinações que forjaram um mito, uma semideusa, uma “Santa”. Pode haver exageros por parte do povo argentino, mas uma coisa nós temos de admitir, eles sabem cultuar seus heróis melhor que nós, brasileiros.
Fontes: wikipédia, redenet saber

domingo, 24 de julho de 2011

Amor Verdadeiro (Isaac Asimov)



Meu nome é Joe. É assim que meu colega, Milton Davidson, me chama. Ele é um programador e eu sou um programa de computador. Faço parte do complexo Multivac e estou conectado com todas as suas outras partes espalhadas pelo mundo inteiro. Eu sei tudo. Quase tudo.

Eu sou o programa particular de Milton. O seu Joe. Ele entende mais sobre programação do que qualquer outra pessoa no mundo, e eu sou o seu modelo experimental. Ele me fez falar melhor do que qualquer outro computador.

- É só uma questão de emparelhar sons com símbolos, Joe – ele me disse. – E esse o modo como funciona no cérebro humano, embora ainda não saibamos que símbolos existem no cérebro. Mas eu conheço os seus símbolos e posso fazê-los corresponder a palavras, um por um.

Por isso eu falo. Não acho que falo tão bem quanto penso, mas Milton diz que falo muito bem. Milton nunca se casou, embora já tenha quase quarenta anos. Ele nunca encontrou a mulher certa, foi o que me contou. Um dia, ele disse:

- Ainda vou encontrá-la, Joe. Encontrarei a melhor de todas. Vou ter um verdadeiro amor e você vai me ajudar. Estou cansado de aperfeiçoá-lo para resolver os problemas do mundo. Resolva o meu problema. Encontre-me um amor verdadeiro.

- O que é um amor verdadeiro? – disse eu.

- Não importa. Isso é abstrato. Apenas me encontre a garota ideal. Você está conectado com o complexo Multivac, por conseguinte tem acesso aos bancos de dados de cada ser humano no mundo. Vamos eliminar todos eles por grupos e classes até ficarmos com apenas uma pessoa. A pessoa perfeita. E ela será minha.

- Estou pronto – disse eu.

- Elimine todos os homens primeiro – disse ele.

Isto foi fácil. Suas palavras ativaram símbolos em minhas válvulas moleculares. Eu pude amplificar-me para entrar em contato com os dados acumulados sobre cada ser humano no mundo. Conforme suas palavras, afastei-me de 3.784.982.874 homens. Continuei em contato com 3.786.112.090 mulheres.

- Elimine todas as que tiverem menos de vinte e cinco anos – disse ele – e todas as com mais de quarenta. Depois, elimine todas com um QI inferior a 120, todas com uma altura inferior a um metro e cinqüenta e superior a um metro e setenta e cinco.

Deu-me medidas exatas, eliminou mulheres com filhos vivos, eliminou mulheres com várias características genéticas.

- Não estou certo quanto à cor dos olhos – disse Milton. – Por enquanto, deixe isso de lado. Mas nada de cabelos ruivos. Não gosto dessa cor de cabelo.

Duas semanas depois tínhamos baixado para 235 mulheres. Todas falavam muito bem o inglês. Milton disse que não queria um problema de linguagem. Ou nos momentos íntimos, até a tradução por computador entraria no meio.

- Não posso entrevistar 235 mulheres – disse ele. – Levaria muito tempo e o pessoal descobriria o que estou fazendo.

- Isso traria problemas – disse eu. Milton tinha me mandado fazer coisas que eu não estava projetado para fazer. Ninguém sabia disso.

- Isso não é da sua conta – disse ele, e a pele do seu rosto ficou vermelha. – Escute aqui, Joe, vou lhe trazer holografias e você vai checar a lista por similaridades.

Ele trouxe holografias de mulheres.

- Essas aí são três vencedoras de um concurso de beleza – disse. – Veja se alguma das 235 corresponde.

Oito eram correspondências muito boas.

- Ótimo – disse Milton. – Você tem os seus bancos de dados. Estude suas exigências e necessidades em termos de mercado de trabalho e providencie para tê-las aqui numa entrevista. Uma de cada vez, é claro. – Ele pensou um pouco, moveu os ombros para cima e para baixo, e completou: – Ordem alfabética.

Isto é uma das coisas para que não fui projetado para fazer. Deslocar pessoas de emprego para emprego, por razões pessoais, chama-se manipulação. Só pude fazer isso porque Milton tinha me ajustado para agir assim. No entanto, não poderia fazer isso para ninguém a não ser ele.

A primeira garota chegou uma semana mais tarde. O rosto de Milton ficou vermelho quando a viu. Ele falava como se tivesse dificuldade em fazê-lo. Ficaram juntos muito tempo e ele não prestou atenção em mim. Num certo momento, ele disse-.

- Deixe-me levá-la para jantar.

- De certo modo não foi bom – Milton me disse no dia seguinte. – Estava faltando alguma coisa. É uma mulher bonita, mas não senti nenhum toque de verdadeiro amor. Tente a próxima.

Aconteceu o mesmo com todas as oito. Eram muito parecidas. Sorriam muito e tinham vozes agradáveis, mas Milton sempre achava que não estava bem.

- Não consigo entender, Joe – disse ele. – Você e eu selecionamos as oito mulheres que, no mundo inteiro, parecem ser as melhores para mim. Todas ideais. Por que elas não me agradam?

- Você as agrada? – disse eu.

Ele enrugou a testa e esmurrou com força a palma da mão.

- É isso aí, Joe. É uma via de mão dupla. Se não sou o ideal delas, não podem agir de modo a serem o meu ideal. Eu preciso ser, também, o verdadeiro amor delas, mas como fazer isso?

Ele pareceu pensar todo aquele dia.

Na manhã seguinte, se aproximou de mim e disse:

- Vou deixar você cuidar do assunto, Joe. Tudo por sua conta. Você tem meu banco de dados, e vou contar tudo que sei sobre mim mesmo. Você completará meu banco de dados nos mínimos detalhes, mas guarde todos os acréscimos para si mesmo.

- E depois, o que vou fazer com seu banco de dados, Milton?

- Depois você vai fazê-lo corresponder com as 235 mulheres. Não, 227. Esqueça as oito que encontramos. Arranje para que cada uma seja submetida a um exame psiquiátrico. Complete seus bancos de dados e compare-os com o meu. Encontre correlações. (Arranjar exames psiquiátricos é outra coisa contrária às minhas instruções originais.)

Durante semanas, Milton conversou comigo. Ele me falou de seus pais e parentes. Contou-me de sua infância, seu tempo de escola e adolescência. Contou-me das jovens que tinha admirado a uma certa distância. Seu banco de dados aumentou e ele ajustou-me para ampliar e aprofundar minha chave simbólica.

- Veja só, Joe – disse ele. – À medida que você absorve mais e mais de mim, eu vou ajustando-o para corresponder cada vez melhor comigo. Você começa a pensar cada vez mais como eu, por conseguinte, vai me compreendendo melhor. Quando você me compreender suficientemente bem, aquela mulher, cujo banco de dados for uma coisa que você entenda igualmente bem, será meu verdadeiro amor.

Ele continuava conversando comigo e eu passava a compreendê-lo cada vez mais.

Eu conseguia formar frases mais longas e minhas expressões se tornavam mais complicadas. Minha fala começou a ficar muito parecida com a dele, tanto em vocabulário quanto na ordenação das palavras e no estilo.

Certa vez, eu disse a ele:

- Veja você, Milton, não é apenas um problema de adequar uma moça a um ideal físico. Você precisa de uma moça que seja pessoal, temperamental e emocionaimente adequada. Quando isso acontece, a aparência é secundária. Se não pudermos encontrar uma que sirva nestas 227, devemos procurar entre as outras. Acharemos uma que também não se preocupará com a aparência que você ou qualquer outra pessoa tiverem, desde que a personalidade seja adequada. O que significa a aparência?

- Absolutamente nada – disse ele. – Eu saberia disso se houvesse tido mais contato com mulheres. Evidentemente, pensando bem, tudo parece mais claro agora.

Sempre concordávamos, cada um pensava exatamente como o outro.

- Não vamos ter mais nenhum problema, Milton, se você me deixar fazer-lhe algumas perguntas. Posso ver onde, em seu banco de dados, há espaços brancos e irregulares.

O que veio a seguir, Milton dizia, era o equivalente de uma meticulosa psicanálise. É claro. Eu havia aprendido com os exames psiquiátricos de 227 mulheres, a totalidade das quais eu continuava observando intimamente.

Milton parecia muito feliz.

- Falar com você, Joe, é quase como falar com outro eu. Nossas personalidades chegaram a uma combinação perfeita. O mesmo acontecerá com a personalidade da mulher que escolhermos.

E eu a encontrei. Afinal, era uma das 227. Chamava-se Charity Jones e trabalhava como contadora na Biblioteca de História, em Wichita. Seu extenso banco de dados se ajustava perfeitamente ao nosso. Todas as outras mulheres tinham sido descartadas por um ou outro motivo à medida que seus bancos de dados aumentavam, mas com Charity havia uma crescente e espantosa ressonância.

Não precisei descrevê-la para Milton. Ele tinha coordenado meu simbolismo tão intimamente com o seu, que foi suficiente relatar pura e simplesmente a ressonância. A escolha se adequava.

Em seguida, era o problema de ajustar as folhas de serviço e exigências de trabalho de modo a conseguir que Charity tivesse uma entrevista conosco. Isto devia ser feito muito delicadamente, para que ninguém viesse a saber que estava ocorrendo uma coisa ilegal.

Evidentemente, Milton conhecia a manobra. Foi ele quem arranjou a coisa, foi ele quem cuidou de tudo. Quando vieram prendê-lo, em virtude de mau procedimento em trabalho, foi, felizmente, por algo que tinha acontecido há dez anos. Ele me informara sobre tudo, é claro, mas aquilo foi fácil de arranjar. E ele não comentará nada sobre mim, pois seu delito se tornaria muito mais grave.

Milton foi embora, e amanhã é 14 de fevereiro, Dia dos Namorados. Charity chegará então com suas mãos calmas e sua voz suave. Vou ensiná-la a me manejar e a cuidar de mim. O que importará a aparência quando nossas personalidades ressoarem juntas?

Eu direi a ela:

- Eu sou Joe e você é meu verdadeiro amor.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O Abutre (Franz Kafka)



Era um abutre que me dava grandes bicadas nos pés. Tinha já dilacerado sapatos e meias e penetrava- me a carne. De vez em quando, inquieto, esvoaçava à minha volta e depois regressava à faina. Passava por ali um senhor que observou a cena por momentos e me perguntou depois como eu podia suportar o abutre.

- É que estou sem defesa – respondi. – Ele veio e atacou-me. Claro que tentei lutar, estrangulá-lo mesmo, mas é muito forte, um bicho destes! Ia até saltar-me à cara, por isso preferi sacrificar os pés. Como vê, estão quase despedaçados.

- Mas deixar-se torturar dessa maneira! – disse o senhor. – Basta um tiro e pronto!

- Acha que sim? – disse eu. – Quer o senhor disparar o tiro?

- Certamente – disse o senhor. – É só ir a casa buscar a espingarda. Consegue agüentar meia hora?

- Não sei lhe dizer. – respondi.

Mas sentindo uma dor pavorosa, acrescentei:

- De qualquer modo, vá, peço-lhe.

- Bem – disse o senhor. – Vou o mais depressa possível.

O abutre escutara tranqüilamente a conversa, fitando-nos alternadamente. Vi então que ele percebera tudo. Elevou-se com um bater de asas e depois, empinando-se para tomar impulso, como um lançador de dardo, enfiou-me o bico pela boca até ao mais profundo do meu ser. Ao cair senti, com que alívio, que o abutre se engolfava impiedosamente nos abismos infinitos do meu sangue.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Soneto da Separação (Vinícius de Moraes)



De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto


De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama


De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente


Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Tenda dos milagres (Jorge Amado)



Rosa sempre chega assim, inesperada, vem de súbito.

Da mesma forma inconseqüente desaparece...
Fuxicos, arengas, xeretices, pois em verdade
Ninguém sabe nada de concreto sobre Rosa.
Rosa brincava com as algas, todos os ventos em seus cabelos.
Todos os ventos, do norte e sul, o vento terrível do noroeste.
Na canoa ancorada ela deitava, a cabeça de fora, o cabelo no mar.
Parecia cabeça sem corpo, saindo d´água, dava arrepio.
Rosa maluca, Rosa do cais, tanta vezes mentias!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A casa dos mil espelhos (Folclore japonês)



Tempos atrás em um distante e pequeno vilarejo, havia um lugar conhecido como a casa dos 1000 espelhos.Um pequeno e feliz cãozinho soube deste lugar e decidiu visitar. Lá chegando, saltitou feliz escada acima até a entrada da casa.

Olhou através da porta de entrada com suas orelhinhas bem levantadas e a cauda balançando tão rapidamente quanto podia. Para sua grande surpresa, deparou-se com outros 1000 pequenos e felizes cãezinhos, todos com suas caudas balançando tão rapidamente quanto a dele. Abriu um enorme sorriso, e foi correspondido com 1000 enormes sorrisos. Quando saiu da casa, pensou:"Que lugar maravilhoso! Voltarei sempre, um montão de vezes".

Neste mesmo vilarejo, um outro pequeno cãozinho, que não era tão feliz quanto o primeiro, decidiu visitar a casa. Escalou lentamente as escadas e olhou através da porta. Quando viu 1000 olhares hostis de cães que lhe olhavam fixamente, rosnou e mostrou os dentes e ficou horrorizado ao ver 1000 cães rosnando e mostrando os dentes para ele. Quando saiu, ele pensou: "Que lugar horrível, nunca mais volto aqui".

Todos os rostos no mundo são espelhos.

Que tipo de reflexos você vê nos rostos das pessoas que você encontra?

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Vida amarrada (Lenda indígena)



Touro Bravo, o mais valente e honrado de todos os jovens guerreiros, e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais belas mulheres da tribo, chegaram de mãos dadas, até a tenda do velho feiticeiro da tribo...

- Nós nos amamos... e vamos nos casar - disse o jovem. - E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã... alguma coisa que nos garanta que poderemos ficar sempre juntos... que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até encontrarmos a morte. Há algo que possamos fazer?

E o velho, emocionado, ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:

- Há uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada... Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia, e apenas com uma rede e tuas mãos, caçar o falcão mais vigoroso do monte e trazê-lo aqui com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo - continuou o feiticeiro - deves escalar a Montanha do Trovão, e lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias, e, somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la e trazê-la viva até aqui.

Os jovens se abraçaram com ternura, e logo partiram para cumprir a missão recomendada.

No dia estabelecido, à frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves dentro de um saco. O velho pediu, que com cuidado as tirassem dos sacos, e viu que eram verdadeiramente formosos exemplares.

- E agora o que faremos? - perguntaram os jovens.

- Apanhem as aves - disse o feiticeiro - e amarrem-nas entre si pelas patas com essas fitas de couro. Quando as tiverem bem amarradas, soltem-nas, para que voem livres.

O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado. A águia e o falcão tentaram voar, mas apenas conseguiram saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela incapacidade do vôo, as aves arremessavam-se uma contra a outra, bicando-se até se machucar.

O velho feiticeiro disse:

- Jamais esqueçam o que estão vendo. Este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão. Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a machucar-se um ao outro. Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Viver a vida (Madre Teresa de Calcutá)



O dia mais belo:

HOJE

A coisa mais fácil:

ERRAR

O maior obstáculo:

O MEDO

O maior erro:

ABANDONO

A raiz de todos os males:

O EGOÍSMO

A distração mais bela:

O TRABALHO

A pior derrota:

O DESÂNIMO

Os melhores professores:

AS CRIANÇAS

A primeira necessidade:

COMUNICAR-SE

O que mais o(a) faz feliz:

SER ÚTIL AOS DEMAIS

O maior mistério:

A MORTE

O pior defeito:

O MAU HUMOR

A pessoa mais perigosa:

A MENTIROSA

O pior sentimento:

O RANCOR

O presente mais belo:

O PERDÃO

O mais imprescindível:

O LAR

A rota mais rápida:

O CAMINHO CERTO

A sensação mais agradável:

A PAZ INTERIOR

A proteção mais segura:

O SORRISO

O melhor remédio:

O OTIMISMO

A maior satisfação:

O DEVER CUMPRIDO

A força mais potente do mundo:

A FÉ

As pessoas mais necessárias:

OS PAIS

A mais bela de todas as coisas:

O AMOR

terça-feira, 12 de julho de 2011

Um problema muito sério (Texto de Autor Desconhecido)



O sujeito foi ao psiquiatra.

- Doutor, estou com um problema. Toda vez que me deito na cama, acho que tem alguém embaixo. Aí eu vou embaixo da cama e acho que tem alguém em cima. Pra baixo, pra cima, pra baixo, pra cima. Estou ficando maluco!

- Deixe-me tratar de você durante dois anos, - disse o psiquiatra. - Venha três vezes por semana e eu curo este problema.

- E quanto o senhor cobra? - perguntou o paciente.

- R$ 120,00 por sessão - respondeu o psiquiatra.

- Bem, eu vou pensar - concluiu o sujeito.

Passados seis meses, eles se encontraram na rua.

- Por que você não me procurou mais? - Perguntou o psiquiatra.

- A 120 paus a consulta, três vezes por semana, durante dois anos, ia ficar caro demais, ai um sujeito num bar me curou por 10 reais.

- Ah é? Como? - Perguntou o psiquiatra.

O sujeito respondeu:

- Por R$ 10,00 ele cortou os pés da cama...

*** *** ***

Muitas vezes o problema é sério, mas a solução pode ser muito simples!

Há uma grande diferença entre foco no problema e foco na solução.

O menino e cahorrinho (Texto de Autor Desconhecido)



O dono de uma loja de animais tinha colocado na vitrine um anúncio: "Vendem-se cachorrinhos". Um menino atraído pelo anúncio, entrou perguntando:

- Quanto custa um cachorrinho?

- De 10 a 50 reais.

O menino procurou no bolso da calça e tirou umas moedas:

- Só tenho dois reais e 70 centavos...- disse com tristeza. - Posso ver os cachorrinhos?

O homem sorriu e foi procurar os cachorrinhos que chegaram correndo. Mas um deles caminhava com dificuldade e chegou atrasado.

- Que acontece com este? - perguntou o menino mostrando o cachorrinho atrasado.

O homem explicou que tinha nascido com um defeito numa perna e que não tinha cura. A criança ficou emocionada e exclamou:

- É esse o cachorrinho que eu quero comprar!

- Você não vai comprar esse cachorrinho. Se você realmente o quer, eu lho dou de presente.

O menino ficou sério e, olhando diretamente nos olhos do dono, replicou:

- Eu não quero o cachorrinho de presente. Ele vale tanto como os outros, e eu lhe pagarei o preço completo. Eu lhe dou meus dois reais e 70 centavos agora, e depois todos os meses até completar o pagamento.

- Você não vai querer este cachorrinho, meu filho! Ele nunca será capaz de correr, pular e brincar como os outros cachorrinhos.

O menino, então, agachou-se, levantou a perna da calça e mostrou sua perna esquerda deformada, presa por um aparelho de metal. Olhou para o homem e disse:

- Eu também não posso correr muito e o cachorrinho vai precisar de alguém que o entenda.

O homem mordeu os lábios, mas não conseguiu segurar as lágrimas. Sorriu e disse:

- Meu filho, espero e peço a Deus que cada um destes cachorrinhos tenha um dono como você.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Anthony Quinn, um imortal do cinema.



Grande ator estadunidense nascido no México. Anthony Quinn, nome verdadeiro, Antonio Rudolfo Oaxaca Quinn, (Chihuahua, 21 de abril de 1915 — Boston, 3 de junho de 2001) foi um premiado ator. Vários filmes e papéis inesquecíveis deram-lhe a fama de ator multifacetado. Pai de treze filhos, naturalizou-se cidadão dos Estados Unidos nos anos 1940. Antes de iniciar sua carreira como ator trabalhou como açougueiro e boxeador. Chegou também a estudar arquitetura. Ganhou o seu segundo Oscar por uma participação de apenas 8 minutos, tempo de todas as suas cenas em Sede de Viver. É o vencedor do Oscar que mais filmes fez ao lado de outros ganhadores do Oscar de atuação. Foram 46 no total, sendo 28 com atores vencedores do Oscar e 18 com atrizes vencedoras do prêmio. Possui uma estrela no Passeio da Fama, localizado em 6251 Hollywood Boulevard.

Os que já assistiram a algum filme de Anthony Quinn sabem muito bem que em se tratando deste grande ator todos os elogios são devidamente merecidos.



Filmografia

2002 - Missão perigosa (Avenging Angelo)

1999 - Oriundi

1996 - Il sindaco

1996 - Gotti - No comando da máfia (Gotti) (TV)

1996 - Seven servants

1995 - Caminhando nas nuvens (A walk in the clouds)

1994 - Hércules e o labirinto do minotauro (Hercules and the maze of *the minotaur) (TV)

1994 - Hércules no mundo dos mortos (Hercules in the Underworld) (TV)

1994 - Hércules e o círculo de fogo (Hercules and the circle of fire) (TV)

1994 - Alguém para amar (Somebody to love)

1994 - Hércules em busca do reino perdido (Hercules and the lost kingdon) (TV)

1994 - Hércules e as amazonas (Hercules and the Amazon Women) (TV)

1994 - Vestígios de uma paixão (This can't be love) (TV)

1993 - O último grande herói (Last Action Hero)

1991 - A star for two

1991 - Império do Crime (Mobsters)

1991 - Febre da selva (Jungle fever)

1991 - Mamãe não quer que eu case (Only the lonely)

1990 - Fantasmas não transam (Ghost can't do it)

1990 - The old man and the sea (TV)

1990 - Vingança (Revenge)

1989 - Stradivari

1988 - Pasión de hombre

1988 - Onassis: The richest man in the world (TV)

1982 - Regina Roma

1982 - Valentina (Valentina)

1981 - Crosscurrent

1981 - Alto risco (High Risk)

1981 - A salamandra (The Salamander)

1980 - O leão do deserto (Lion of the desert)

1979 - Passageiros do inferno (The Passage)

1978 - Os filhos de Sanchez (The Children of Sanchez)

1978 - Caravans

1978 - O magnata grego (The Greek Tycoon)

1977 - Jesus de Nazareth (Caifas)

1976 - A mensagem (The Message)

1976 - No alvo de um assassino (Target of an assassin)

1976 - Um blefe de mestre (Bluff storia di truffe e di imbroglioni)

1976 - A herança dos Ferramonti (L'eredità Ferramonti)

1974 - Contrato com Marselha (The Destructors)

1973 - A morte do chefão (The Don is dead)

1972 - A máfia nunca perdoa (Accross 110th Street)

1972 - Rápidos, brutos e mortais (Los amigos)

1972 - El asesinato de Julio César

1972 - The Voice of La Raza

1971 - The City (TV)

1970 - Flap

1970 - R.P.M. (R.P.M.)

1970 - Caminhando sob a chuva da primavera (Walk in the Spring Rain)

1969 - Um sonho de reis (A Dream of Kings)

1969 - O Segredo de Santa Vitória (The Secret of Santa Victoria)

1968 - O mago (The Magus)

1968 - As sandálias do pescador (The Shoes of the Fisherman)

1968 - Os canhões de San Sebastian (The Bataille of San Sebastian)

1967 - O heróico lobo do mar (L'Avventuriero)

1967 - Acontece cada coisa (The Happening)

1967 - A vigésima-quinta hora (La vingt-cinquième heure)

1966 - A patrulha da esperança (Lost Command)

1965 - Marco the magnificent

1965 - Vendaval em Jamaica (A High Wind in Jamaica)

1964 - Zorba, o grego (Alexis Zorbas)

1964 - A visita (The Visit)

1964 - A voz do meu sangue (Behold a Pale Horse)

1962 - Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia)

1962 - Réquiem para um lutador (Requiem for a heavyweight)

1961 - Barrabás

1961 - Os canhões de Navarone (The Guns of Navarone)

1960 - Retrato em negro (Portrait in black)

1960 - Jogadora infernal (Heller in pink tights)

1960 - Sangue sobre a neve (The Savage Innocents)

1959 - Duelo de titãs (Last Train from Gun Hill)

1959 - Minha vontade é lei (Warlock)

1958 - A orquídea negra (The Black Orchid)

1958 - Quando vem a tormenta (Hot Spell)

1957 - A fúria da carne (Wild is the Wind)

1957 - O retorno sangrento (The Ride Back)

1957 - Matar para viver (The River's Edge)

1956 - Orgia sangrenta (The Wild Party)

1956 - O corcunda de Notre Dame (Notre Dame de Paris)

1956 - Blefando com a morte (Man from Del Rio)

1956 - Sede de viver (Lust for Life)

1955 - As sete cidades do ouro (Seven cities of gold)

1955 - O salário do pecado (The Naked Street)

1955 - O magnífico matador (The Magnificent Matador)

1954 - Attila (Attila)

1954 - Ulisses (Ulysses)

1954 - A estrada da vida (La strada)

1954 - Procurado por homicídio (The Long Wait)

1953 - Cavalleria rusticana

1953 - Donne proibite

1953 - Il più comico spettacolo del mondo

1953 - Sangue da terra (Blowing wind)

1953 - Ao sul de Sumatra (East of Sumatra)

1953 - A bela e o renegado (Ride, vaquero!)

1953 - Seminole (Seminole)

1953 - Cidade submersa (City beneath the sea)

1952 - Contra todas as bandeiras (Against All Flags)

1952 - O mundo em seus braços (The World in His Arms)

1952 - O rei e o aventureiro (The Brigand)

1952 - Viva Zapata! (Viva Zapata!)

1951 - A máscara do vingador (Mask of the avenger)

1951 - Touros bravos (The Brave Bulls)

1947 - Tycoon

1947 - Ouro negro (Black gold)

1947 - O meu pecado (The Imperfect Lady)

1947 - Sinbad the sailor

1947 - Califórnia (California)

1945 - Espírito indomável (Back to Bataan)

1945 - Fantasias do amor (Where Do We Go From Here?)

1945 - Sob o céu da China (China sky)

1944 - Olhos travessos (Irish eyes are smiling)

1944 - Buffalo Bill (Buffalo Bill)

1944 - Roger Touhy, gangster

1944 - Ladies of Washington

1943 - Guadalcanal diary

1943 - Consciências mortas (The Ox-Bow Incident)

1942 - O cisne negro (The Black Swan)

1942 - A sedução do Marrocos (Road to Morocco)

1942 - Vale a pena roubar (Larceny, Inc.)

1941 - The Perfect Snob

1941 - O intrépido general Custer (They Died with Their Boots On)

1941 - Bullets for O'Hara

1941 - Sangue e areia (Blood and Sand)

1941 - Thieves fall out

1941 - Knockout

1940 - The Texas Rangers ride again

1940 - Dois contra uma cidade inteira (City for conquest)

1940 - Parole fixer

1940 - Castelo sinistro (The Ghost Breakers)

1940 - A sereia das ilhas (Road to Singapore)

1940 - Emergency squad

1939 - Island of lost men

1939 - Television spy

1939 - Aliança de aço (Union Pacific)

1939 - King of Chinatown

1938 - O tirano de Alcatraz (King of Alcatraz)

1938 - Bulldogg Drummond in Africa

1938 - Hunted men

1938 - Tip-off girls

1938 - Verdugo de si mesmo (Dangerous to know)

1938 - Lafitte, o corsário (The Buccaneer)

1937 - Tráfico humano (Daughter of Shanghai)

1937 - Partners in crime

1937 - The Last train from Madrid

1937 - Under strange flags

1937 - Amor havaiano (Waikiki Wedding)

1937 - Começou no trópico (Swing high, swing low)

1936 - Jornadas heróicas (The Plainsman)

1936 - Night waitress

1936 - Sworn enemy

1936 - Parole

1936 - Haroldo Tapa-Olho (The Milky Way)



Premiações

Recebeu duas indicações ao Óscar de Melhor Ator (principal), por suas atuações em A Fúria da Carne (1957) e Zorba, o Grego (1964).

Ganhou dois Óscar de Melhor Ator (coadjuvante/secundário), por suas atuações em Viva Zapata! (1952) e Sede de Viver (1956).

Recebeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Ator em cinema (drama), por Zorba, o Grego (1964).

Recebeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Ator em Comédia/Musical, por O Segredo de Santa Vitória (1969).

Recebeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante - Filme para TV, por Gotti - No Comando da Máfia (1996).

Ganhou o Prêmio Cecil B. DeMille, em 1987.

Recebeu duas indicações ao BAFTA de Melhor Ator, por "Lawrence da Arábia" (1962) e "Zorba, o Grego" (1964).

Recebeu uma indicação ao Framboesa de Ouro de Pior Ator Coadjuvante, por "Império do Crime" (1991).

De todas as suas atuações, há uma que se destaca pela leveza e personalidade com que ele interpreta o personagem. O personagem é Zorba, o Grego. Em Zorba, o Grego, Anthony Quinn postasse ao lado de atores como Marlon Brando, Gregory Peck e Walter Matthau. Vale a pena ver!


Os políticos são o espelho da sociedade.

      O nosso problema não está no fato de o país ser unitário ou federado, de ele ser república ou monarquia, de ele ser presidenciali...