domingo, 29 de maio de 2011

Ministro Orlando Silva acha que dinheiro dá em árvore e critica São Paulo.



Cada povo faz a sua escolha. Cada povo tem a sua prioridade. Pois bem, quanto aos brasileiros, parece que fizeram a sua escolha. Pelo menos no que tange à copa do mundo e às olimpíadas. Para uma nação pujante eventos como esses são uma bela oportunidade de mostrarem sua exuberância, destacarem as maravilhas do país e o grau de desenvolvimento atingido pelo povo anfitrião. O Canadá, a Austrália, a Alemanha, a Inglaterra e o Japão são candidatos em potencial. Agora, o Brasil tem outras prioridades, apesar de os brasileiros e o governo federal não compactuarem do mesmo pensamento. Para nós, brasileiros, realizar uma copa do mundo ou uma olimpíada é o mesmo que comer mortadela e arrotar Pata Negra, o famoso presunto cru espanhol.

As prioridades brasileiras são: Educação de qualidade em todos os níveis, erradicar o analfabetismo funcional; solucionar o grande problema do déficit habitacional, principalmente os sem-tetos e os favelados, estes merecem uma maior atenção; saneamento básico para todos, água e esgoto tratados são uma questão de saúde pública e qualidade de vida; transporte coletivo de qualidade, o nosso sistema de transporte coletivo é uma piada; Saúde pública que atenda a toda a população de maneira eficaz, o básico da saúde é um direito de todo cidadão; reforma agrária, a nossa reforma agrária foi inexplicavelmente interrompida; pavimentação em todas as cidades brasileiras; infraestrutura aeroportuária, este setor tem sido um entrave ao desenvolvimento brasileiro; ferrovias, rodovias e hidrovias de norte a sul do país, somente o estado de São Paulo possui rodovias decentes.

Entretanto, como citado antes, o povo e o governo federal não pensam assim. A prova disso foram as declarações do nosso “querido” ministro do esporte, Orlando Silva Júnior. O ministro participou neste sábado do Fórum Nacional do Esporte, em São Paulo, onde pediu para o estado “acordar”. E foi além em suas declarações: “A ausência de São Paulo na Copa das Confederações é um anúncio grave. É um sinal de que a cidade está aquém da demanda da FIFA. É lamentável. São Paulo tem que acordar e preparar um estádio”, declarou Orlando Silva Júnior. "O limite para São Paulo mostrar o que pretende em 2014 será julho, quando as autoridades da FIFA estarão por aqui. Até lá, a cidade precisa demonstrar que tem interesse em participar da Copa do Mundo", completou. O estádio que o Corinthians erguerá não ficará pronto para 2013. O clube informou em nota oficial que a obra no estádio começará na segunda-feira. Apesar do atraso na arena em Itaquera, Orlando Silva eximiu o Corinthians de responsabilidade. O ritmo lento não é culpa apenas do clube paulista, frisou o ministro. “A responsabilidade é das autoridades. É um erro achar que o Corinthians deve assumir essa responsabilidade”, disse.

Façamos uma contabilidade rapidinha. Dizem que o estádio custará aos cofres públicos algo em torne de R$ 1 bilhão. Coisa pouca, né? Tendo em vista o fato de que o Corinthians é uma entidade privada e, portanto, não pode receber verbas públicas. Porém, mesmo assim o BNDS lhe concederá R$ 400 milhões “via Odebrecht”. A prefeitura ficaria com uns R$ 240 milhões na forma de renúncias fiscais, mais uma lei criada para beneficiar a construção do estádio, lei criada em 2004, mas que atinge somente ao entorno do estádio, a região de Itaquera, “coincidência”. O restante não se sabe de onde virá, querem que o Alkimin dê a verba. Espertinhos, não? Construir estádio para clube de futebol com dinheiro público é ilegal, indecente e imoral! O senhor ministro fala com tanta altivez. Peço a ele que da próxima vez escolha um lugar melhor para fazer o seu discurso. Que tal um prédio ocupado por sem-tetos? Ministro discurse, mas olhando nos olhos das pessoas. Olhe nos olhos de quem não tem emprego e não possui um cantinho decente para abrigar os seus filhos. Brincar com o dinheiro do povo é fácil. O difícil é ser um governante de verdade, aquele governante que pensa no povo e não em seu ego. Senhor ministro desculpe-me, mas o senhor é um brincalhão, e os palhaços somos nós, o povo... Ministro Orlando Silva Júnior, São Paulo tem outras prioridades.

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