terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Só - Edgar Allan Poe

















Não fui, na infância, como os outros
e nunca vi como outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar de fonte igual à deles;
e era outra a origem da tristeza,
e era outro o canto, que acordava
o coração para a alegria.

Tudo o que amei, amei sozinho.
Assim, na minha infância, na alba
da tormentosa vida, ergueu-se,
no bem, no mal, de cada abismo,
a encadear-me, o meu mistério.

Veio dos rios, veio da fonte,
da rubra escarpa da montanha,
do sol, que todo me envolvia
em outonais clarões dourados;
e dos relâmpagos vermelhos
que o céu inteiro incendiavam;
e do trovão, da tempestade,
daquela nuvem que se alteava,
só, no amplo azul do céu puríssimo,
como um demônio, ante meus olhos.


Edgar Allan Poe

4 comentários:

  1. Sim, eu já li todas as histórias de Edgar Allan Poe. Na minha opinião, ele era um gênio. Pena que viveu tão pouco. Quando a gente lê suas histórias fica querendo mais.

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  2. Edgar Allan Poe focou nas suas obras o romantismo negro/macabro mesmo ao gosto do seu humor sarcástico.
    Tortura nunca mais. Será?
    Faça uma visita ao blog
    http://vamoscaminharjuntos.blogspot.com
    leia a matéria e deixe lá o seu
    comentário. Abraços.

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  3. Olá
    Gerci
    saudações.
    Lindo! Lindo!.. porque alguns poetas morreram cedo. ?
    um abraço

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