terça-feira, 1 de maio de 2012

Dia do trabalho, um dia para refletir.



No dia 1º de maio comemoramos o dia do trabalho. É bom sabermos que, em 1886, ocorreu uma grande manifestação de trabalhadores na cidade Chicago, Estados Unidos da América.

Milhares de trabalhadores protestavam contra as condições desumanas de trabalho e a enorme carga horária pela qual eram submetidos (13 horas diárias). A greve paralisou os Estados Unidos. No dia 3 de maio, houve vários confrontos dos manifestantes com a polícia. No dia seguinte, esses confrontos se intensificaram, resultando na morte de diversos manifestantes. As manifestações e os protestos realizados pelos trabalhadores ficaram conhecidos como a Revolta de Haymarket.

Em 20 de junho de 1889, em Paris, a central sindical chamada Segunda Internacional instituiu o mesmo dia das manifestações como data máxima dos trabalhadores organizados, para, assim, lutar pelas 8 horas de trabalho diário. Em 23 de abril de 1919, o senado francês ratificou a jornada de trabalho de 8 horas e proclamou o dia 1° de maio como feriado nacional.

Após a França estabelecer o Dia do Trabalho, a Rússia foi o primeiro país a adotar a data comemorativa, em 1920. No Brasil, a data foi consolidada em 1924 no governo de Artur Bernardes. Além disso, a partir do governo de Getúlio Vargas, as principais medidas de benefício ao trabalhador passaram a ser anunciadas nessa data. Atualmente, inúmeros países adotam o dia 1° de maio como o Dia do Trabalho, sendo considerado feriado em muitos deles. Fonte de pesquisa Brasil Escola.

Depois de uma breve explanação de o porquê comemoramos o 1º de maio, atenho-me a um detalhe, o fato de os trabalhadores estarem perdendo aos poucos todos os seus direitos conquistados ao longo da história.

Não quero ser seca-pimenteira, mas é bom que fiquemos atentos. Como se pode observar, todas as conquistas foram obtidas com muita luta, com muito sofrimento de trabalhadores que se levantaram contra a exploração de um capitalismo ainda incipiente. Portanto, um capitalismo perverso, um capitalismo que visava somente os lucros, a produção a qualquer custo, deixando o ser humano em segundo plano.

Com uma argumentação na qual os empregos não se sustentam com o atual sistema de benefícios concedidos aos trabalhadores, muitos governos estão revendo e realizando cortes drásticos nos benefícios trabalhistas. Para citarmos alguns cortes, fiquemos nos encargos salariais e na previdência social.

Fixam seu argumento principal no crescimento asiático, principalmente China e Índia. Todos querem crescer como os asiáticos, mesmo que para isso nos igualemos às condições precárias às quais são submetidos os trabalhadores do Oriente. Até mesmo numa economia desenvolvida como a japonesa, os benefícios são ínfimos se comparados aos nossos, nem comparo aos padrões alemães. Lá se ganha muito, mas se o cidadão parar por seis meses as coisas degringolam. Houve casos de pessoas com menos de seis meses desempregadas, que estavam morando nas ruas.

O que causa espanto é o fato de governos que tinham no seu discurso a defesa do trabalhador passarem a defender reformas visando cortes e mais cortes. Homens defensores dos trabalhadores, agora se dizem defensores do emprego. Sob nova ótica, a de que é melhor ter empregos que trabalhadores seguros, os governos até outro dia defensores do socialismo, tornaram-se pragmáticos, visando o desempenho econômico, os lucros, os juros etc. A luta da social-democracia em prol do bem-estar social aos poucos vai se desmilinguindo.

Vejo notórios defensores dos direitos trabalhistas e dos direitos humanos em geral, que quando chegam ao poder perdem a sua verve, tornam-se outros seres, a social-democracia que um dia defenderam, entra em estado de hibernação, dando lugar à política de conchavos infindáveis. Dentre os nobres senhores estão Lula e Fernando Henrique Cardoso.

É chagada a hora de pensarmos bem sobre o tema. Vale a pena não lutarmos por nossos direitos conquistados? O emprego é bom e sempre será bem-vindo. Mas é muito melhor o emprego seguido de bem-estar social, de garantias e liberdades, como prega a social-democracia. Sei que muitos não entenderão o meu texto, mas quanto aos defensores da social-democracia, tenho certeza de que me entenderão. Portanto, vamos comemorar e refletir a respeito...

Gerci Monteiro de Freitas

Um comentário:

Os políticos são o espelho da sociedade.

      O nosso problema não está no fato de o país ser unitário ou federado, de ele ser república ou monarquia, de ele ser presidenciali...