quinta-feira, 7 de abril de 2011

O aquário (Texto de Autor Desconhecido)

Era uma vez um aquário, onde viviam peixes grandes, médios e pequenos. Ali imperava a lei do mais forte. Os alimentos atirados no aquário eram disputados por todos. Primeiro comiam os maiores. O que sobrava destes, era devorado pelos médios. E o que sobrava dos médios era disputado pelos pequenos. Na falta de outros alimentos, os grandes devoravam os médios e estes, por sua vez, devoravam os pequenos.

Ora, havia um peixinho muito pequeno que morava no fundo do aquário, onde estava a salvo da fome e da gula dos demais. Ali, naquelas profundezas, poucas vezes caía algum alimento. Mas, o peixinho, ao invés de maldizer a sua sorte, enganava a fome distraindo-se a contemplar os desenhos dos azulejos, as plantas, a areia branca e as pedrinhas brilhantes que enfeitavam o fundo do aquário.

Um belo dia, o peixinho descobriu um ralo por onde saía a água do aquário. Admirado exclamou:

- Ué! Então este mundo não é tudo. Existe outro lugar onde se pode viver? Para onde irá esta água que não pára de escorrer?

E o peixinho curioso, tentou passar pelo ralo. Como os vãos fossem muito estreitos, ele se dispôs a fazer sacrifícios e emagrecer até poder passar para o outro lado.

E foi assim que mais tarde, bem mais magro e ainda assim perdendo algumas escamas na travessia, ele conseguiu seu intento. E foi assim que pela primeira vez na vida, ele conheceu o que era água corrente. Uma delícia! Uma maravilha! O peixinho ia pulando feliz pelo rego d'água, deslumbrado com tudo. E o rego d'água levou o peixinho até um regato.

No regato, mais água ainda! E a correnteza mais forte. Nem era preciso nadar. Bastava soltar o corpo. Que maravilha! E o sol? E os barquinhos de papel? Que coisa mais linda! E aqueles bobos lá no aquário, pensando que aquilo era tudo, aquela água suja e parada! Coitados... E o regato levou o peixinho até o rio...

Não é possível! Isto não existe! Olha quanta água! Parece não ter fim. Quanta comida! Quanto sol! Quanta luz! Quanta beleza! E foi assim, extasiado, maravilhado, quase não acreditando nos seus próprios olhos, que o peixinho, levado pelo rio, chegou, enfim, ao mar...

Ali, diante daquele infinito de água, de alimento, de luz, de cores, de plantas, de um mundo de coisas maravilhosas, diante daquela majestade toda, o peixinho chorou. Chorou comovido, agradecido, porque a alegria era tanta que não cabia dentro de si. E chorou sobretudo de pena de seus companheiros que tinham ficado no aquário, naquelas águas poluídas, escuras, paradas, estagnadas, espremidos, pensando viver no melhor dos mundos. E o peixinho, então, resolveu voltar e contar a boa nova a todos.

E o peixinho voltou. Do mar para o rio, com imensos sacrifícios, porque agora a viagem era contra a correnteza. Ele nadou para o regato e do regato para o rego d'água, e do rego d'água para o fundo do aquário. E atravessou o ralo de volta.

Desse dia em diante, começou a circular pelo aquário, um boato de que havia um peixinho contando coisas mirabolantes: falando de um lugar muito melhor para viver; um lugar de paz e amor, um lugar de fartura infinita, onde ninguém precisava fazer sacrifícios, nem se devorar uns aos outros. E todos correram ao fundo do aquário para saber das novidades. Os grandes, os médios, os pequenos, todos queriam saber o que era preciso fazer para chegar a esse mundo maravilhoso...

E o peixinho, mostrando-lhes o ralo, explicou que para chegar a este mundo, era preciso algum sacrifício, pois a passagem era realmente estreita. Segundo o tamanho, uns teriam que sacrificar-se mais, outros menos. E os peixinhos pequenos passaram a seguir o peixinho, enquanto os médios e os grandes consideravam-no um louco, um visionário... Onde já se viu? Impossível passar por aquele vãozinho tão estreito. Só um louco mesmo!...

E a história do peixinho se alastrou. De tal maneira modificou a vida do aquário e perturbou o sossego dos peixes grande e médios, que estes acabaram por matar o peixinho para pôr um fim naquelas besteiras. Mas o peixinho não morreu. Continuava vivendo, pois sua mensagem, imortal, passava de geração em geração...

Até hoje a história do peixinho é lembrada no aquário. Até hoje há os que acreditam e os que não acreditam. E até hoje há os que podem passar pelo ralo e há os que jamais conseguirão fazê-lo, porque quanto maior e mais poderoso, tanto maior será o sacrifício exigido.

Ora, havia um peixinho muito pequeno que morava no fundo do aquário, onde estava a salvo da fome e da gula dos demais. Ali, naquelas profundezas, poucas vezes caía algum alimento. Mas, o peixinho, ao invés de maldizer a sua sorte, enganava a fome distraindo-se a contemplar os desenhos dos azulejos, as plantas, a areia branca e as pedrinhas brilhantes que enfeitavam o fundo do aquário.

Um belo dia, o peixinho descobriu um ralo por onde saía a água do aquário. Admirado exclamou:

- Ué! Então este mundo não é tudo. Existe outro lugar onde se pode viver? Para onde irá esta água que não pára de escorrer?

E o peixinho curioso, tentou passar pelo ralo. Como os vãos fossem muito estreitos, ele se dispôs a fazer sacrifícios e emagrecer até poder passar para o outro lado.

E foi assim que mais tarde, bem mais magro e ainda assim perdendo algumas escamas na travessia, ele conseguiu seu intento. E foi assim que pela primeira vez na vida, ele conheceu o que era água corrente. Uma delícia! Uma maravilha! O peixinho ia pulando feliz pelo rego d'água, deslumbrado com tudo. E o rego d'água levou o peixinho até um regato.

No regato, mais água ainda! E a correnteza mais forte. Nem era preciso nadar. Bastava soltar o corpo. Que maravilha! E o sol? E os barquinhos de papel? Que coisa mais linda! E aqueles bobos lá no aquário, pensando que aquilo era tudo, aquela água suja e parada! Coitados... E o regato levou o peixinho até o rio...

Não é possível! Isto não existe! Olha quanta água! Parece não ter fim. Quanta comida! Quanto sol! Quanta luz! Quanta beleza! E foi assim, extasiado, maravilhado, quase não acreditando nos seus próprios olhos, que o peixinho, levado pelo rio, chegou, enfim, ao mar...

Ali, diante daquele infinito de água, de alimento, de luz, de cores, de plantas, de um mundo de coisas maravilhosas, diante daquela majestade toda, o peixinho chorou. Chorou comovido, agradecido, porque a alegria era tanta que não cabia dentro de si. E chorou sobretudo de pena de seus companheiros que tinham ficado no aquário, naquelas águas poluídas, escuras, paradas, estagnadas, espremidos, pensando viver no melhor dos mundos. E o peixinho, então, resolveu voltar e contar a boa nova a todos.

E o peixinho voltou. Do mar para o rio, com imensos sacrifícios, porque agora a viagem era contra a correnteza. Ele nadou para o regato e do regato para o rego d'água, e do rego d'água para o fundo do aquário. E atravessou o ralo de volta.

Desse dia em diante, começou a circular pelo aquário, um boato de que havia um peixinho contando coisas mirabolantes: falando de um lugar muito melhor para viver; um lugar de paz e amor, um lugar de fartura infinita, onde ninguém precisava fazer sacrifícios, nem se devorar uns aos outros. E todos correram ao fundo do aquário para saber das novidades. Os grandes, os médios, os pequenos, todos queriam saber o que era preciso fazer para chegar a esse mundo maravilhoso...

E o peixinho, mostrando-lhes o ralo, explicou que para chegar a este mundo, era preciso algum sacrifício, pois a passagem era realmente estreita. Segundo o tamanho, uns teriam que sacrificar-se mais, outros menos. E os peixinhos pequenos passaram a seguir o peixinho, enquanto os médios e os grandes consideravam-no um louco, um visionário... Onde já se viu? Impossível passar por aquele vãozinho tão estreito. Só um louco mesmo!...

E a história do peixinho se alastrou. De tal maneira modificou a vida do aquário e perturbou o sossego dos peixes grande e médios, que estes acabaram por matar o peixinho para pôr um fim naquelas besteiras. Mas o peixinho não morreu. Continuava vivendo, pois sua mensagem, imortal, passava de geração em geração...

Até hoje a história do peixinho é lembrada no aquário. Até hoje há os que acreditam e os que não acreditam. E até hoje há os que podem passar pelo ralo e há os que jamais conseguirão fazê-lo, porque quanto maior e mais poderoso, tanto maior será o sacrifício exigido.

(Autor desconhecido)

2 comentários:

  1. Muito lindo o texto e serve para nós seres humanos também que, tornamo-nos responsáveis na medida em que crescemos, e quanto mais poder obtivermos, maior será o nosso sacrifício, ou seja, renunciar para que outros com menos poder sejam igualmente felizes.

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  2. O autor do texto retrata Cristo no peixinho no fundo do aquário. Cristo e Sua mensagem sobre o reino dos céus....

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