quinta-feira, 19 de julho de 2012

Paciente morre após médico negar ambulância do Samu



Ocorreu uma tragédia na segunda (16/07/2012) numa unidade básica de saúde de Ribeirão Preto no estado de São Paulo. Uma paciente de 29 anos morreu depois de o médico responsável pela regulação dos serviços do Samu negar-lhe atendimento. Motivo, ele descobriu que a moça possuía convênio médico e, portanto, na análise dele, ela não poderia ser atendida pelo Samu, mas por uma ambulância particular.

Eliane Cristina Maciel Martins sofreu uma parada cardíaca provocada por complicações renais após ficar por duas horas na Unidade Básica de Saúde da Prefeitura aguardando transporte até o Hospital São Francisco. Hospital de seu convênio. Quando a ambulância particular chegou ao local, a paciente já havia morrido. Não havia nada que pudesse ser feito.

O caso foi denunciado pelo telefonista do setor de regulação do Samu, Gerson Ferreira de Carvalho. Ele testemunhou todo o ocorrido, por isso de sua indignação e posterior denúncia. Obviamente, agora não aparecerão os responsáveis por esta determinação. Claro, não nos enganemos que tal absurdo tenha partido somente do “médico”. Tenho quase certeza que vem de cima. Está virando moda o governo querer empurrar para o setor privado o problema da saúde.

Há um discurso afinado entre as autoridades, no qual os convênios têm de arcar com os custos de seus conveniados. A ideia de conter gastos, aliviar os cofres da saúde, melhorar o atendimento para quem não possui condições financeiras de adquirir um plano de saúde. Discursos, apenas discursos que servem para desviar a atenção das pessoas do real motivo. O péssimo atendimento da saúde pública no Brasil.

Na matéria do G1 o secretário de Saúde de Ribeirão Preto, Stênio Miranda, disse que uma sindicância será aberta para apurar o caso, pois, segundo ele, o serviço não pode ser negado, mesmo a quem possui convênio. "Não existe essa delimitação. O sistema público de saúde é um sistema de acesso universal, ou seja, é para todas as pessoas, todos os brasileiros, independente de qualquer condição."

“O sistema público de saúde é um sistema de acesso universal”. Uma frase lapidar! Define bem o que vem a ser o conceito de saúde pública. O atendimento é universal, tem de atender a todos os cidadãos. Sejam eles ricos, pobres ou miseráveis. Não há distinção entre os cidadãos, pelo menos no que se refere à saúde e à educação.

Aceito pagar pedágio e tantas outras taxas inventadas pelos governantes, mas não aceito ter meu direito tolhido. Não misturemos as coisas, os planos de saúde são responsáveis pelos serviços prestados pelos médicos e hospitais conveniados. É um direito do cidadão optar pelo convênio ou pelo SUS. Ele paga ambos, ora bolas! Onde andam nossos impostos, além de abastecer corruptos canalhas? Por favor, povo brasileiro, abra os olhos, o SUS não é de graça, é pago com o nosso suado dinheirinho. Todos pagam o SUS, os empresários, os assalariados, os autônomos, enfim, todos. Até quando a pessoa compra uma bala ela está pagando imposto.

Devemos cobrar mais de nossos governantes. Mais a ação e menos falácia.

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