terça-feira, 8 de outubro de 2013

Black Sabbath no Brasil, tudo de bom!



Este mês uma das maiores bandas de rock de todos os tempos está dando uma passadinha pelo Brasil. Claro, a banda em questão é o Black Sabbath. Para os que curtem Ozzy e Cia. é um prato cheio. Tá bom que eles estão velhinhos, o Ozzy já não tem o mesmo pulmão de quando jovem. De lá para cá se foram muitos anos, muita droga, bebidas e o diabo a quatro. Mas e daí, vale a pena vê-los no palco, mesmo que apenas gemendo. Afinal não é sempre que temos a oportunidade de vê-los reunidos. Então aproveitemos a chance para curtir grandes sucessos da banda e, ao vivo, na voz de Ozzy Osbourne. Intitulada de “The Reunion Tour” a turnê deve ser a última da banda, definitivamente. Num recente show na Argentina, Ozzy foi vaiado ao levantar uma bandeira do Peru e em seguida outra do Brasil, o cara está a mil ou não?! Segundo ele o rock não tem bandeiras, eu concordo com ele. Tocarão antigos sucessos e, óbvio, novas músicas de seu novo álbum. Ver os tiozinhos tocarem juntos novamente é tudo de bom!

Deixo aqui uma que, na minha concepção, é a melhor dos caras.

IRON MAN

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Não julgue para não ser julgado (Texto de Autor Desconhecido)



Certa vez, em uma cidade do interior de Minas, um padeiro foi ao delegado e deu queixas do vendedor de queijos que segundo ele estava roubando, pois vendia 800 gramas de queijo e dizia estar vendendo 1 kilo.

O delegado pegou o queijo de 1 kilo e constatou que só pesava 800 gramas e mandou então prender o vendedor de queijos sob a acusação de estar fraudando a balança.
O vendedor de queijos ao ser notificado da acusação, confessou ao delegado que não tinha peso em casa e por isso, todos os dias comprava dois pães de meio kilo cada, colocava os pães em um prato da balança e o queijo em outro e quando o fiel da balança se equilibrava ele então sabia que tinha um kilo de queijo.

o delegado para tirar a prova mandou comprar dois pães na padaria do acusador e pode constatar que dois pães de meio kilo se equivaliam a um kilo de queijo. concluiu o delegado que quem estava fraudando a balança era o mesmo que estava acusando o vendedor de queijos.

Nós somos um pouco assim e muitas vezes acusamos os outros de nossos próprios vícios.

domingo, 7 de julho de 2013

A latinha de leite (Texto de Autor Desconhecido)



Um fato real. Dois irmãozinhos maltrapilhos, provenientes da favela, um deles de cinco anos e o outro de dez, iam pedindo um pouco de comida pelas casas da rua que beira o morro. Estavam famintos "vai trabalhar e não amole", ouvia-se detrás da porta; "aqui não há nada moleque...", dizia outro...

As múltiplas tentativas frustradas entristeciam as crianças... Por fim, uma senhora muito atenta disse-lhes "Vou ver se tenho alguma coisa para vocês... coitadinhos!" E voltou com uma latinha de leite.

Que festa! Ambos se sentaram na calçada. O menorzinho disse para o de dez anos "você é mais velho, tome primeiro..." e olhava para ele com seus dentes brancos, a boca semi-aberta, mexendo a ponta da língua.

Eu, como um tolo, contemplava a cena... Se vocês vissem o mais velho olhando de lado para o pequenino! Leva a lata à boca e, fazendo gesto de beber, aperta fortemente os lábios para que por eles não penetre uma só gota de leite. Depois, estendendo a lata, diz ao irmão "Agora é sua vez. Só um pouco." E o irmãozinho, dando um grande gole exclama "como está gostoso!"

"Agora eu", diz o mais velho. E levando a latinha, já meio vazia, à boca, não bebe nada. "Agora você", "Agora eu", "Agora você", "Agora eu"..

E, depois de três, quatro, cinco ou seis goles, o menorzinho, de cabelo encaracolado, barrigudinho, com a camisa de fora, esgota o leite todo...ele sozinho.
Esse "agora você", "agora eu" encheram-me os olhos de lágrimas...

E então, aconteceu algo que me pareceu extraordinário. O mais velho começou a cantar, a sambar, a jogar futebol com a lata de leite. Estava radiante, o estômago vazio, mas o coração trasbordante de alegria. Pulava com a naturalidade de quem não fez nada de extraordinário, ou melhor, com a naturalidade de quem está habituado a fazer coisas extraordinárias sem dar-lhes maior importância.

Daquele moleque nós podemos aprender a grande lição, "quem dá é mais feliz do que quem recebe." É assim que nós temos de amar. Sacrificando-nos com tal naturalidade, com tal elegância, com tal discrição, que os outros nem sequer possam agradecer-nos o serviço que nós lhe prestamos."

sábado, 18 de maio de 2013

Nó no lençol! (Texto de Autor Desconhecido)


Numa reunião de pais numa escola, a professora incentivava o apoio que os pais devem dar aos filhos e pedia-lhes que se mostrassem presentes, o máximo possível… Considerava que, embora a maioria dos pais e mães trabalhasse fora, deveriam arranjar tempo para se dedicar às crianças.

Mas a professora ficou surpreendida quando um pai se levantou e explicou, humildemente, que não tinha tempo de falar com o filho nem de vê-lo durante a semana, porque quando ele saía para trabalhar era muito cedo e o filho ainda estava dormindo e quando voltava do trabalho era muito tarde e o filho já dormia. Explicou, ainda, que tinha de trabalhar tanto para garantir o sustento da família, mas também contou que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava compensá-lo indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa. Mas, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia logo, que o pai tinha estado ali e o tinha beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.

A professora emocionou-se com aquela história e ficou surpreendida quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.

Este fato, faz-nos refletir sobre as muitas maneiras de as pessoas se mostrarem presentes, e de comunicarem com os outros. Aquele pai encontrou a sua, que era simples mas eficiente. E o mais importante é que o filho percebia, através do nó, o que o pai estava a dizer. Simples gestos, como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais do que presentes ou a presença indiferente de outros pais. É por essa razão que um beijo cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, ou o medo do escuro…
 
É importante que nos preocupemos com os outros, mas é também importante que os outros o saibam e que o sintam. As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas sabem reconhecer um gesto de amor.Mesmo que esse gesto seja apenas e só, um nó num lençol.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Lutarei (Aristóteles Onassis)


Talvez eu venha a envelhecer rápido demais. Mas lutarei para que cada dia tenha valido a pena.
Talvez eu sofra inúmeras desilusões no decorrer de minha vida. Mas farei que elas percam a importância diante dos gestos de amor que encontrei.
Talvez eu não tenha forças para realizar todos os meus ideais. Mas jamais irei me considerar um derrotado.
Talvez em algum instante eu sofra uma terrível queda. Mas não ficarei por muito tempo olhando para o chão.
Talvez um dia o sol deixe de brilhar. Mas então irei me banhar na chuva.
Talvez um dia eu sofra alguma injustiça.Mas jamais irei assumir o papel de vítima.
Talvez eu tenha que enfrentar alguns inimigos. Mas terei humildade para aceitar as mãos que se estenderão em minha direção.
Talvez numa dessas noites frias, eu derrame muitas lágrimas. Mas não terei vergonha por esse gesto.
Talvez eu seja enganado inúmeras vezes. Mas não deixarei de acreditar que em algum lugar alguém merece a minha confiança.
Talvez com o tempo eu perceba que cometi grandes erros. Mas não desistirei de continuar trilhando meu caminho.
Talvez com o decorrer dos anos eu perca grandes amizades. Mas irei aprender que aqueles que realmente são meus verdadeiros amigos nunca estarão perdidos.
Talvez algumas pessoas queiram o meu mal. Mas irei continuar plantando a semente da fraternidade por onde passar.
Talvez eu fique triste ao concluir que não consigo seguir o ritmo da música. Mas então, farei que a música siga o compasso dos meus passos.
Talvez eu nunca consiga enxergar um arco-íris. Mas aprenderei a desenhar um, nem que seja dentro do meu coração.
Talvez hoje eu me sinta fraco. Mas amanhã irei recomeçar, nem que seja de uma maneira diferente.
Talvez eu não aprenda todas as lições necessárias. Mas terei a consciência que os verdadeiros ensinamentos já estão gravados em minha alma.
Talvez eu me deprima por não ser capaz de saber a letra daquela música. Mas ficarei feliz com as outras capacidades que possuo.
Talvez eu não tenha motivos para grandes comemorações. Mas não deixarei de me alegrar com as pequenas conquistas.
Talvez a vontade de abandonar tudo torne-se a minha companheira. Mas ao invés de fugir, irei correr atrás do que almejo.
Talvez eu não seja exatamente quem gostaria de ser. Mas passarei a admirar quem sou. Porque no final saberei que, mesmo com incontáveis dúvidas, eu sou capaz de construir uma vida melhor.
E se ainda não me convenci disso, é porque como diz aquele ditado: “ainda não chegou o fim”. Porque no final não haverá nenhum “talvez” e sim a certeza de que a minha vida valeu a pena e eu fiz o melhor que podia.

sábado, 11 de maio de 2013

A lagosta (Texto de Autor Desconhecido)



A lagosta cresce formando e largando uma série de cascas duras, protetoras. Cada vez que ela se expande, de dentro para fora, a casca confinante tem de ser mudada. A lagosta fica exposta e vulnerável até que, com o tempo, um novo revestimento vem substituir o antigo.

A cada passagem de um estágio de crescimento humano para outro, também temos de mudar a nossa estrutura de proteção. Ficamos expostos e vulneráveis, mas também efervescentes e capazes de nos estendermos de modo antes ignorado. Essas mudanças de pele podem durar vários anos. entretanto, se sairmos, de cada uma dessas passagens, entramos num período mais prolongado e mais estável, no qual podemos esperar relativa tranquilidade e uma sensação de reconquista de equilíbrio.

domingo, 5 de maio de 2013

A janela e o espelho (Texto de Autor Desconhecido)



Um jovem muito rico foi ter com um rabi, e lhe pediu um conselho para orientar sua vida. Este o conduziu até a janela e perguntou-lhe: - O que vês através dos vidros?
Vejo homens que vão e vêm, e um cego pedindo esmolas na rua. Então o rabi mostrou-lhe um grande espelho e novamente o interrogou:
Olha neste espelho e dize-me agora o que vês.

Vejo-me a mim mesmo.

E já não vês os outros! Repara que a janela e o espelho são ambos feitos da mesma matéria prima, o vidro; mas no espelho, porque há uma fina camada de prata colada a vidro, não vês nele mais do que a tua pessoa. Deves comparar-te a estas duas espécies de vidro. Pobre, vias os outros e tinhas compaixão por eles. Coberto de prata - rico - vês apenas a ti mesmo.

Sê vales alguma coisa, quando tiveres coragem de arrancar o revestimento de prata que tapa os olhos, para poderes de novo ver e amar aos outros.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

A importância de saber quem de fato se é ( Texto de Autor Desconhecido)



Conta-se que numa aldeia distante, ao sul de Varsóvia, um de seus habitantes mais pobres recebeu um bilhete de trem para visitar um primo muito rico.
Ele chegou na ferroviária segurando o seu bilhete.

Como nunca tinha viajado de trem, José não sabia como agir.
Ele percebeu que havia um grupo de pessoas bem vestidas e imaginou que não deveria se sentar com elas.

No fundo da estação, ele viu um grupo de malandros maltrapilhos. Ele se juntou a eles imaginando que aquele era o seu lugar.

Os passageiros da primeira classe embarcaram, mas os maltrapilhos ficaram aguardando. De repente, ouviu-se um apito e o trem começou a se movimentar. Os malandros pularam para dentro do vagão de bagagens, e José entrou com eles, ficando encolhido em um canto escuro do vagão, segurando a sua passagem com medo.

Ele agüentou firme, imaginando que aquele era o seu lugar. Até que a porta do vagão abriu e entrou o maquinista acompanhado de dois policiais. Eles reviraram as bagagens até que encontraram José e seus amigos no fundo do vagão.
O maquinista então perguntou: "Posso ver os bilhetes?"
José prontamente se levantou e apresentou o seu bilhete.

O maquinista analisou a passagem e começou a gritar: "Meu rapaz, você tem uma passagem de primeira classe. O que você está fazendo aqui no vagão de carga?" E o maquinista concluiu: "Quando se tem um bilhete de primeira classe, o indivíduo deve se comportar como um passageiro de primeira classe".

Desse episódio podemos concluir o quanto é importante se conhecer e portanto buscar caminhos para o nosso autoconhecimento, para que assim possamos estar ocupando na vida, lugares que dizem respeito a nós mesmos

quarta-feira, 1 de maio de 2013

A ilha deserta



Certa vez um homem muito rico, de natureza boa e generosa, queria que o seu escravo fosse feliz. Para isso lhe deu a liberdade e um navio carregado de mercadorias.

- Agora você está livre – disse o homem. – Vá e venda esses produtos em diversos países e tudo o que conseguir por eles será seu.

O escravo liberto embarcou no navio e viajou através do imenso oceano.
Não havia viajado muito tempo quando caiu uma tempestade. O barco foi arremessado violentamente contra os rochedos e se fez em pedaços; tudo o que havia a bordo se perdeu. Somente o ex-escravo conseguiu se salvar, porque, a nado, pôde alcançar a praia de uma ilha próxima.

Triste, abatido e só, nu e sem nada, o ex-escravo caminhou até chegar a uma cidade grande e bonita.

Muita gente se aproximou para recebê-lo, gritando:
- Bem –vindo! Bem-vindo! Longa vida ao rei!

Trouxeram uma rica carruagem, onde o colocaram e escoltaram-no até um magnífico palácio. Lá muitos servos se reuniram ao seu redor, vestiram-no com roupas reais e todos se dirigiam a ele como soberano, em total obediência à sua vontade.
O ex-escravo, naturalmente, ficou feliz e, ao mesmo tempo, confuso. Ele desejava saber se estava sonhando ou se tudo o que via, ouvia ou experimentava não passava de uma fantasia passageira.

Convenceu-se, finalmente, de que o que estava acontecendo era real. E perguntou a algumas pessoas que o rodeavam, de quem gostava, como havia chegado àquela situação.

- Afinal – disse, - sou um homem de quem vocês nada conhecem, um pobre e despido vagabundo que nunca viram antes. Como podem transformar-se em seu governante? Isto me causa muito mais espanto do que possa dizê-lo.
-Senhor – responderam, - esta ilha é habitada por espíritos. Há muito tempo eles rezaram para que lhes fosse enviado um filho do homem para governá-los, e suas preces foram ouvidas. Todos os anos é enviado um filho do homem. Eles o recebem com grande dignidade e o colocam no trono. Porém seu ‘status’ e seu poder acabam quando se completa o ano. Então lhe tiram as vestes reais e o põe a bordo de um barco que o leva para uma grande ilha deserta. Lá, a não ser que antes tenha sido sábio e tenha se preparado para esse dia, não encontra amigos, não encontra nada: vê-se obrigado a passar uma vida aborrecida, solitária e miserável. Elege-se então um novo rei, e assim acontece ano após ano. Os reis que o antecederam foram descuidados e não pensaram. Desfrutaram plenamente do seu poder, esquecendo-se do dia em que tudo acabaria.
Essas pessoas aconselharam ao ex-escravo a ser sábio e permitir que suas palavras permanecessem dentro do seu coração.

O novo rei ouviu tudo atentamente, e lamentou Ter perdido o pouco tempo que havia passado desde que chegara à ilha.

Pediu ao homem de conhecimento que havia falado:
- Aconselhe-me, ó Espírito da Sabedoria, como devo preparar-me para os dias que chegarão no futuro.

- Nu você chegou até nós – disse o homem – e nu será enviado à ilha deserta da qual lhe falei. Agora você é rei e pode fazer o que quiser. Por isso mande trabalhadores à ilha e permita-lhes que construam casas, preparem a terra e tornem belas as redondezas. Os terrenos áridos devem ser transformados em campos frutíferos. As pessoas deverão ir viver lá e você estabelecerá um reino para si mesmo. Seus próprios súditos estarão esperando quando você chegar para dar-lhe as boas-vindas. O ano é curto, o trabalho é longo: seja diligente e enérgico.

O rei seguiu o conselho. Mandou trabalhadores e materiais para a ilha deserta, e antes de findar a vigência de seu poder a ilha se transformou num lugar fértil, aprazível e atraente.
Os governantes que o tinham precedido haviam antecipado o fim de seu tempo com medo, ou afastavam este pensamento se divertindo. Ele porém o aguardava com alegria, uma vez que então poderia começar sobre uma base de paz permanente e felicidade.

O dia chegou. O escravo liberto que tinha sido feito rei foi despojado de sua autoridade. Ao perder seus trajes reais, perdeu também seus poderes. Nu, foi colocado num barco, e as velas inflaram em direção à ilha. Porém quando se aproximou da praia as pessoas que tinham sido enviadas antes para lá vieram para recebê-lo com música, canções e muita alegria. Fizeram-no seu governante, e ele viveu em paz.

Extraído do livro “Histórias da Tradição Sufi”

Fonte: PNL Universo das metáforas.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

A galinha e os ovos de ouro (Esopo)



Um camponês e sua esposa possuíam uma galinha que punha todo dia um ovo de ouro.

Supondo que devia haver uma grande quantidade de ouro em seu interior, eles a mataram para que pudessem pegar tudo.

Então, para surpresa deles, viram que a galinha em nada era diferente das outras galinhas.

O casal de tolos, desse modo, desejando ficarem ricos de uma só vez, perderam o ganho diário que tinham assegurado.

Moral da História:
Quem tudo quer acaba ficando sem nada.

sábado, 27 de abril de 2013

A galinha (Texto de Autor Desconhecido)



Numa granja uma galinha se destacava entre todas as outras por sua coragem, espírito de aventura e ousadia. Não tinha limites e andava por onde queria.
O dono porém, não apreciava estas qualidades e estava aborrecido com ela. Suas atitudes estavam contagiando as outras, que achavam bonito este modo de ser e já o estavam copiando.

Um dia o dono fincou um bambu no meio do campo, arrumou um bastante de aproximadamente 2 metros e amarrou a galinha a ele. Desse modo, de repente, o mundo tão amplo que a ave tinha foi reduzido a exatamente onde o barbante lhe permitia chegar. Ali, ciscando, comendo, dormindo, estabeleceu sua vida. Dia após dia acontecia o mesmo. De tanto andar nesse círculo, a grama que era verde foi desaparecendo e ficou somente terra. Era interessante ver delineado um círculo perfeito em volta dela. Do lado de fora, onde a galinha não podia chegar, a grama verde, do lado de dentro só terra.
Depois de um tempo o dono se compadeceu da ave, pois ela que era tão inquieta e audaciosa, havia se tornado uma pacata figura. Então cortou o barbante que a prendia pelo pé e a deixou solta.

Agora estava livre, o horizonte seria limite, poderia ir onde quisesse. Mas, estranhamente, a galinha mesmo solta, não ultrapassava o limite que ela própria havia feito. Só ciscava e andava dentro do círculo, seu limite imaginário. Olhava para o lado de fora mas não tinha coragem suficiente para se “aventurar” a ir até ela. Preferiu ficar do lado conhecido. Com o passar do tempo, envelheceu e ali morreu.

Quem sabe esta história traga a memória a vida de alguém conhecido. Nasce livre, tendo somente seus desejos como limite, mas as pressões do dia-a-dia fazem com que aos poucos seus pés fiquem presos a um chão que se torna habitual pela rotina. Olha para além do limite, que ele mesmo cria, com grande desejo e alimentando fantasias a respeito do que lá possa haver. Mas não tem a coragem para sair e enfrentar o que é desconhecido. Diz: “Sempre se fez assim, para que mudar? Ou meu avô, meu pai sempre fizeram assim, como eu iria mudar agora?

Há pessoas que enfrentam crises violentas em suas vidas, sem a coragem de ir à frente e tentar algo novo que seja capaz de tirá-las daquela situação. Admiram que têm a ousadia de recomeçar, porém, eles próprios, queixando-se e lamentando-se, buscam algum culpado e vão ficando no lugar, dentro do limite o qual só existe na sua imaginação.
A características do mercado sempre foi, coroar com o reconhecimento aqueles que inovam, criam ou provocam situações que chamem a atenção. O segredo do sucesso está na criatividade. Criar significa pôr em prática alguma coisa que não existe. Arriscar significa correr risco de perdas. Isto é de fato, mas como se poderá saber o final da história se não se caminha até o fim.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Rolo compressor... por Soninha Francine



Não sei quantos anos eu tinha quando ouvi pela primeira vez a máquina poderosa, implacável, assustadora sendo usada como metáfora para o comportamento da base governista no Legislativo. Teria sido no governo Jânio Quadros? Talvez. Lembro de ficar pasmada com a desfaçatez com que os vereadores que o apoiavam manobravam em plenário para que ele conseguisse aprovar qualquer coisa, quando e como quisesse. Os heroicos oposicionistas do PT e do PMDB sequer conseguiam registrar voto contrário a alguma proposta. O governo atropelava. Eu admirava aquela resistência e me orgulhava da atuação dos vereadores petistas.

Nunca, nunca na minha vida eu iria imaginar que o PT no poder faria igual. Marta Suplicy já foi um exemplo dolorido de "pragmatismo" e "governabilidade", conquistando maioria massacrante na Câmara na base do clássico toma-lá-dá-cá. Mas Haddad, o "técnico", o "novo", está sendo MAIS avassalador que a Marta. A velocidade com que os projetos passam pelo Legislativo é estonteante; o desdém por um pilar fundamental da democracia - o direito à divergência, ao debate, à discussão; o respeito aos poderes instituídos - é descarado. Um esculacho. E, como no governo de Jânio Quadros, cinco ou seis parlamentares esclarecidos sequer tem a chance de LER um projeto do governo antes que seja votado.

Por essas e por outras, tenho ainda a intenção de escrever o "Manual da Desonestidade", para as pessoas não esquecerem que roubar dinheiro público é só uma das maneiras de f. com a população." Soninha Francine


Entenda aqui: http://bit.ly/10DwQKP

Fonte: http://www.facebook.com/SoninhaFrancine

A formiga e a Pomba. (Esopo)



Uma Formiga foi à margem do rio para beber água e, sendo arrastada pela forte correnteza, estava prestes a se afogar.

Uma Pomba que estava numa árvore sobre a água, arrancou uma folha e a deixou cair na correnteza perto dela. A Formiga subiu na folha e flutuou em segurança até a margem.

Pouco tempo depois, um caçador de pássaros veio por baixo da árvore e se preparava para colocar varas com visgo perto da Pomba que repousava nos galhos alheia ao perigo.

A Formiga, percebendo sua intenção, deu-lhe uma ferroada no pé. Ele repentinamente deixou cair sua armadilha e, isso deu chance para que a Pomba voasse para longe a salvo.

Moral da História:
Quem é grato de coração sempre encontrará oportunidades para mostrar sua gratidão

quinta-feira, 11 de abril de 2013

O Corvo (Edgar Allan Poe)



Era meia-noite fria; e eu, débil e exausto, lia
alguns volumes de vagos saberes primordiais.
E, já quase a adormecer, ouvi lá fora um bater
como o de alguém a querer atravessar meus portais.
“É um visitante que intenta atravessar meus portais” –
pensei. – “Isto, e nada mais!”


Tão claramente me lembro! Era o gelo de dezembro;
e o fogo lançava – lembro – no chão manchas fantasmais.
Pela aurora eu suspirava e nos livros procurava
esquecer a que ora errava entre as legiões celestiais –
aquela que hoje é Lenore entre as legiões celestiais,
sem nome aqui por jamais.


E o mover suave e magoado do ermo, roxo cortinado
me deprimia e me enchia de terrores espectrais;
de modo que eu, palpitante, calando o peito ofegante,
repetia: “É um visitante que vem cruzar meus portais,
um visitante, somente, que vem cruzar meus portais.
Isto apenas – nada mais.”


Então minha alma ganhou força e não mais hesitou.
“Senhor” – eu disse – “ou senhora que lá fora me chamais.
Mas, porque eu quase dormia, mal ouvi que alguém batia,
que com sossego batia e discrição tão iguais,” –
murmurei, abrindo a porta – “que ao silêncio eram iguais.”
E vi treva, nada mais.


A escuridão perquirindo, lá fiquei, tremendo, ouvindo,
sonhando, em dúvida, sonhos que mortal sonhou jamais.
Mas o silêncio insistia, e a calma nada dizia,
e a única voz que eu ouvia eram meus profundos ais
e o nome dela entre os ecos dos meus repetidos ais.
Só isto, só, nada mais.


Ao cômodo retornando – minha alma em mim se incendiando –,
ouvi de novo mais forte baterem aos meus umbrais.
“É alguém que bate, lá fora, à minha janela agora
e entrada talvez implora” – pensei, e busquei sinais. –
“Acalma-te, coração, pois que são estes sinais
só o vento e nada mais.”


E então abri a janela, e eis que penetrou por ela
na câmara um nobre Corvo desses de eras ancestrais.
Entrou sem deferimento, sem fazer um cumprimento,
dama ou lorde pachorrento, e pousou sobre os umbrais.
Pousou num busto de Palas que havia sobre os umbrais,
pousou lá, e nada mais.


Frente à ave preta, surpresa, sorriu-se a minha tristeza,
vendo o seu grave decoro e os seus ares senhoriais.
“Sem crista embora, e tosado,” – disse eu – “pareces ousado,
duro e antigo Corvo, nado dos noturnos litorais.
Dize-me o teu nobre nome lá nos negros litorais!”
E ele disse: “Nunca mais.”


Meu espanto foi tremendo tais palavras entendendo
(apesar de sem sentido) que ele disse, naturais.
E quem não teria achado que um homem ter avistado
um pássaro assim pousado por cima dos seus umbrais
é grande espanto, ainda mais no busto sobre os umbrais,
com o nome de “Nunca mais”?


Porém a ave ali quieta nada mais disse, discreta,
como se a alma toda desse nesses ditos essenciais.
E nada mais pronunciou, nenhuma pena agitou,
até que de mim saltou: “Amigos já não tem mais.
Na manhã, como os meus sonhos, aqui não estará mais.”
E o Corvo então: “Nunca mais.”


Atônito, ouvindo aquilo que ele enunciara, intranquilo
eu disse: “É tudo o que sabes, e mais adiante não vais.
É o que no passado ouviste de algum dono a cujo triste
destino acaso assististe com teus olhos penumbrais –
e cuja dor se exprimia nas sílabas penumbrais
do teu bordão: ‘Nunca mais.’”


Mas, sem dele desistir, voltou minha alma a sorrir;
e uma poltrona arrastei para junto dos umbrais.
E, então ali me assentando, uns aos outros fui juntando
mil devaneios, pensando na ave de eras ancestrais,
na lenta, negra, agourenta ave de eras ancestrais
que dizia “Nunca mais”.


Lá fiquei, a cogitar, sem um dito endereçar
à ave, cujos olhos fixos em meu peito eram punhais;
lá fiquei, absorto e mudo, pendida sobre o veludo
a cabeça em tal estudo, sob as luzes espectrais –
o veludo que Lenore, entre as luzes espectrais,
não tocará nunca mais.


Supus que o ar ficou mais denso de algum ignorado incenso
que os serafins esparzissem com passos angelicais.
“Teu Deus” – me disse – “gerou-te; pelos seus anjos mandou-te
o esquecimento, e aliviou-te de tuas dores brutais!
Bebe o nepente e te esquece de tuas dores brutais!”
Disse o Corvo: “Nunca mais.”


“Profeta ou demônio” – eu disse – “que uma asa negra vestisse!
Se foi a procela ou o diabo quem te trouxe aos meus portais;
se nesta terra arrasada, deserta, agra e amaldiçoada,
se nesta casa assombrada pelo horror, de que não sais,
existe alívio – eu te indago, a ti que daí não sais!”
Disse o Corvo: “Nunca mais.”


“Profeta ou demônio” – eu disse – “que uma asa negra vestisse!
Pelo alto Céu que nos cobre, pelo bom Deus dos mortais,
dize a esta alma – te conjuro – se nalgum Éden futuro
ela há de rever o puro ser que agora não vê mais,
de Lenore o ser radiante e puro que não vê mais.”
Disse o Corvo: “Nunca mais.”


“Que a senha do nosso adeus seja esse dito, ave ou deus!
Retorna, pois, à procela e aos noturnos litorais!
Sequer uma pluma reste a lembrar o que disseste
e que em meu tédio irrompeste! Deixa, pois, os meus umbrais!
Não biques mais o meu peito e foge dos meus umbrais!”
Disse o Corvo: “Nunca mais.”


E o Corvo não foi embora: lá ficou, lá se demora,
pousado no busto branco de Palas, sobre os umbrais,
com a aparência tristonha de algum demônio que sonha;
e a luz no piso desenha seus contornos fantasmais;
e eis que, perdida, minha alma dos contornos fantasmais
se livrará – nunca mais!




(Tradução de Renato Suttana)*



domingo, 7 de abril de 2013

Yeasayer - "O.N.E." - Eis um som diferente e muito bom.



Yeasayer é uma banda de rock experimental do Brooklyn, New York, formada por Chris Keating, Ira Wolf Tuton e Anand Wilder, primeiro chamou a atenção após aparecer no festival SXSW no início de 2007.

O primeiro CD-single lançado incluiu as músicas "Sunrise" e "2080 " e, foi seguido pelo lançamento do álbum de estréia, "All Hour Cymbals" de 2007. Suas performances ao vivo costumam incluir um visual psicodélico.

Em 2008, o Yeasayer excursionou com MGMT e Man Man e, como banda de apoio de Beck. No mesmo ano, um concerto de um público à capela, "Take Away Show", foi realizada no metrô de Paris. A banda também tocou no Lollapalooza, no Austin City Limits Festival, e nos festivais de Reading e Leeds. Apoiado pelos selos Secretly Canadian e Mute Records, o Yeasayer lançou seu segundo álbum, "Odd Blood", em Fevereiro de 2010, com um influência musical mais pop do que seus trabalhos anteriores.

Escolhi uma música do grupo que é muito boa, espero que você, caro leitor deste blog, goste:

U.M.

Um não é suficiente
Eu não vou parar até você desistir
Aqui, assim como estou, é difícil se divertir
É mais fácil dizer que acabou

Me segure como antes
Me segure como costumava
Me controle como costumava

Não
Você não me move mais
E eu estou feliz que não
Porque eu já não posso te ter mais
Mas eu acho que você deveria saber
Você não me move mais
E eu estou feliz que não
Porque eu já não aguento mais
Oh

O quarto continua aqui quando estou mentindo
Porque o mundo da noite secou
quando perguntei pelo comportamento, eu paguei-os pela mente
Agora eu não duvido que teria sido assim

Me segure como antes
Me segure como costumava
Me controle como costumava

Não
Você não me move mais
E eu estou feliz que não
Porque eu já não posso te ter mais
Mas eu acho que você deveria saber
Você não me move mais
E eu estou feliz que não
Porque eu já não aguento mais
Mais

Me segure como antes
Me segure como costumava
Me controle como costumava
Me segure como costumava
Me segure como antes
Me segure como costumava
Me controle como costumava
Me segure como antes
Me segure como costumava
Me controle como costumava

Não
Você não me move mais
E eu estou feliz que não
Porque eu já não posso te ter mais
Mas eu acho que você deveria saber
Você não me move mais
E eu estou feliz que não
Porque eu já não aguento mais

Mas eu acho que você deveria saber

Por favor, pare de respirar, fique tranquilo
Eu sei que a separação nos mata tanto
Mas eu não quero parar de caris como gotas de chuva
Porque eu me sinto sortudo quando você perde o controle






Fontes: wikipédia, letras,mus.br

sexta-feira, 5 de abril de 2013

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Gato pensa? (Ferreira Gullar)


Dizem que gato não pensa
mas é difícil de crer.
Já que ele também não fala
como é que se vai saber?

A verdade é que o Gatinho,
quando mija na almofada,
vai depressa se esconder:
sabe que fez coisa errada.

E se a comida está quente,
ele, antes de comer,
muito calculadamente,
toca com a pata pra ver.

Só quando a temperatura
da comida está normal,
vem ele e come afinal.

E você pode explicar
como é que ele sabia
que ela ia esfriar?

quarta-feira, 3 de abril de 2013

O velho (Carlos Drummond de Andrade)


Vocês não acreditam, mas também este cronista costuma ir ao Banco, e não só para pagar contas de luz, gás, telefone. Vai conversar com o Gerente - um gerente simpático, desses que não coçam a orelha quando a gente propõe uma reforma de título. Mas quem sou eu para pleitear tamanha mercê? Procuro o Gerente para conversar sobre amenidades, e ele me ouve com paciência e atenção. Até me conta coisas de seu filho, o Escritor. O Escritor tem três anos e escreve literalmente em todas as paredes da casa. Fareja livros com gravuras e sem gravuras e aprende coisas que eu, possivelmente, ignoro. A curiosidade intelectual do Escritor é insaciável. Assim fazemos do Banco, sem prejuízo dos interesses bancários (pois o Gerente é uma fera para trabalhar no meio das maiores apoquentações), um lugar de grato repouso.

Ontem o gerente estava tão assoberbado de clientes, papéis, telefonemas, recados, que não tive coragem de me aproximar. Fiquei à espera na poltrona, ao lado de dois rapazes que também esperavam. Esperavam e conversavam sobre política, inflação, Copa do Mundo.


– E como vai teu velho?


– Meu velho? Respondeu o outro. – Aquele vai sempre bem. Melhor do que eu, você e todo mundo.


– Qual a última dele?


– Não tem última. Todas são novas e contínuas. Aos sessent’anos – sessenta e lá vai fumaça – nada, corre, entra em pelada, monta, joga vôlei e só não rema porque não encontra companheiros com a mesma fibra, para disputar regata. Enquanto isso, fuma e bebe.


– E... no resto?


– No resto ele é ainda de goleada. Parece mentira, mas as mulheres adoram o Velho, e ele capricha para dar conta do serviço.


– Quantas vezes ele já casou?


– Perdi a conta. Quatro ou cinco, se não me engano. Ou seis. O extraordinário é que nenhuma das ex se queixa dele, todas que conheço continuaram suas amigas e, de um modo ou outro, dão a entender que o desempenho dele é cem por cento. Sabe de uma coisa?


– Sei. Você tem inveja dele.


– Tenho. Pra que mentir? Meu primeiro casamento não deu certo, o segundo menos ainda. Então desisti, agora sou free-lancer. Mas com o Velho é diferente. Todos os casamentos funcionaram.


– Então, por que acabaram?


– O Velho tem uma teoria que casamento não pode esfriar, vira rotina. Antes que isto aconteça, ele passa uma conversa manhosa na gatona – é especialista em gatonas – e o último episódio da novelinha é vivido sem choro nem briga. Um sábio.


– Um mestre.


– É como eu costumo chamá-lo. Ele responde que não tirou diploma e que todo mundo se for habilidoso, tira de letra. Tem dia que chego a me preocupar: “Mestre, olha essas coronárias!” Ele ri, não dá confiança em responder. “Mestre, não tem medo de negar fogo?” Aí então nem se dá ao trabalho de me olhar; faz que não ouviu. O Nuno, meu irmão mais velho – irmão de pai e mãe, do primeiro casamento -, fica besta de ver tanta resistência, e diz que o Velho não existe, que nosso pai é Energia Cósmica em pessoa.


– E teus outros irmãos?


– Os outros? Deixe ver... Somos quatorze irmãos, espalhados no mundo. Todos adoram o Velho, aliás o Nuno também. Falei quatorze, mas só Deus sabe quantos haverá por aí, desconhecidos da gente. Nem o Velho sabe.


– Algum de vocês puxou a ele na vitalidade?


– Uns fazem força, não creio que consigam. Esse negócio não comporta imitação. Ou bem que o cara nasceu com alegria de viver e gozar a vida, ou nasceu sem isso, e não tem vitamina que ajude. Claro que sempre há margem para performances individuais brilhantes, e o normal é a gente ser bem-sucedida – até certo ponto, o ponto X. Mas o Velho excede a marcação. Nunca vi ninguém tão identificado com o mundo, a mulher, as coisas agradáveis da vida. Sem contar vantagem – isso é importante. Não se vangloria de nada. Vive plenamente.


– Quer dizer que ele dá nó até em pingo d’água?


– Não faz outra coisa. Bem, vou indo. Nosso amigo Gerente ainda não se desvencilhou daquele cara, e eu prefiro voltar depois.


– Espera mais um pouco.


– Não posso. Tenho de ir a um batizado.


– Essa não!


– O Velho está me esperando. Me escolheu para padrinho do seu rebento mais novo. Tenho um irmãozinho de dois meses, não te contei ainda? Ciao.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Uma estória muito curta (Ernest Hemingway)


Certa noite quente, em Pádua, carregaram-no para cima do telhado para que ele pudesse olhar a cidade de cima. Depois de algum tempo começou a escurecer, e os holofotes apareceram . Os outros desceram e levaram as garrafas. Ele e Luz podiam ouvi-los no balcão, embaixo. Luz estava sentada na cama. Estava calma e fresca na noite quente.


Luz ficara no turno da noite três meses a fio. Deixaram-na, satisfeitos. Quando a operaram, Luz o preparou para a mesa de operação, e fizeram piadas a respeito de amigos ou enemas. Ele se deixaria anestesiar, mas procurava controlar-se para não dizer bobagens durante o período de tolice e falação. Depois que começara a usar muletas, costumava tirar as temperaturas para que Luz não precisasse sair da cama. Eram só uns poucos pacientes, e todos sabiam do caso. Todos gostavam de Luz. Enquanto ele caminhava pelos corredores, pensava em Luz em sua cama.


Antes de voltar para a frente, foram ao Duomo e rezaram. Estava escuro e calmo, e havia outras pessoas a rezar. Queriam casar-se, mas não havia tempo para os proclamas, e nenhum dos dois tinha certidão de nascimento. Sentiam-se como se fossem casados e queriam que todos o soubessem, a fim de estarem comprometidos.


Luz escreveu-lhe muitas cartas que ele só veio a receber após o armistício. Quinze cartas chegaram à frente num maço que ele arrumou por ordem cronológica e leu ponta a ponta. Eram todas sobre o hospital, e como o amava e como era impossível viver sem ele e como sentia terrivelmente a falta dele todas as noites.


Depois do armistício, combinaram que ele deveria voltar para casa e arrumar um emprego, a fim de que pudessem casar. Luz não iria ter com ele até que tivesse um bom emprego e pudesse ir a Nova Iorque esperá-la. Ficou acertado que não beberia, e ele não queria rever os amigos, nem ninguém mais nos Estados Unidos. Apenas arranjar um emprego e casar. No trem de Pádua para Milão, brigaram por não estar ela disposta a voltar imediatamente. Quando tiveram de dizer adeus na estação de Milão, beijaram-se, mas isso não terminou a briga. Ele ficou doente por dizer adeus daquele jeito.


Voltou para a América de navio, partindo de Gênova. Luz retornou a Pordonone para abrir um hospital. Chovia muito, e era muito solitário lá, e havia um batalhão de arditi aquartelado na cidade. Vivendo naquela cidade lamacenta e chuvosa no inverno, o major do batalhão fazia amor com Luz, e ela, que jamais havia conhecido italianos antes, finalmente escreveu para a América dizendo que o que houvera entre eles fora um caso de garotos. Sentia muito, e sabia que ele provavelmente não compreenderia, mas um dia talvez a perdoasse, e lhe fosse grato, e ela esperava, de modo absolutamente inesperado, casar-se na primavera. Amava-o como sempre, mas compreendia agora que fora apenas um amor de criança. Esperava que tivesse uma bela carreira, e tinha absoluta confiança nele. Sabia que era melhor assim.


O major não se casou com ela na primavera, nem nunca mais. Luz jamais recebeu uma resposta à sua carta para Chicago sobre o caso. Pouco tempo depois, Nick apanhou gonorréia de caixeirinha de uma loja de departamentos enquanto viajavam , num táxi, através de Lincoln Park.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

O Aprendizado - Um dia você aprende (William Shakespeare)


Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes, não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quao boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que leva-se anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem da vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa - por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a ultima vez que as vejamos.

Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.

Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.

Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.

Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute quando você cai, é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.

Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!

quarta-feira, 27 de março de 2013

Quando em teu colo deitei a cabeça (Walt Whitman)



Quando em teu colo deitei a cabeça, meu
[camarada,
a confissão que fiz eu reafirmo,
o que eu te disse e a céu aberto
eu reafirmo: sei bem que sou inquieto
e deixo os outros também assim,
eu sei que minhas palavras são armas
carregadas de perigo e de morte,
pois eu enfrento a paz e a segurança
e as leis mais enraizadas
para as desenraizar,
e por me haverem todos rejeitado
mais resoluto sou
do que jamais poderia chegar a ser
se todos me aceitassem,
eu não respeito e nunca respeitei
experiência, conveniência,
nem maiorias, nem o ridículo,
e a ameaça do que chamam de inferno
para mim nada é, ou muito pouco,
meu camarada querido: eu confesso
que o incitei a ir em frente comigo
e que ainda o incito sem a mínima idéia
de qual venha a ser o nosso destino
ou se vamos sair vitoriosos
ou totalmente sufocados e vencidos.

terça-feira, 26 de março de 2013

Elogio da Dialética (Bertold Brecht)



A injustiça avança hoje a passo firme
Os tiranos fazem planos para dez mil anos
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser
[como são
Nenhuma voz além da dos que mandam
E em todos os mercados proclama a exploração;
isto é apenas o começo
Mas entre os oprimidos muitos há que agora
[dizem
Aquilo que nós queremos nunca mais o
[alcançaremos
Quem ainda está vivo não diga: nunca
O que é seguro não é seguro
As coisas não continuarão a ser como são
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados
Quem pois ousa dizer: nunca
De quem depende que a opressão prossiga? De
[nós
De quem depende que ela acabe? Também de
[nós
O que é esmagado que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que se chegou, que há aí que o
[retenha
E nunca será: ainda hoje
Porque os vencidos de hoje são os vencedores
[de amanhã!

Nada é impossível mudar (Bertold Brecht)



Desconfiai do mais trivial,
na aparência singelo.

E examinai, sobretudo, o que parece habitual.

Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
 pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural

nada deve parecer impossível de mudar.

Intertexto (Bertold Brecht)



Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Baixaria entre PT e DEM na Câmara



É certo que o Congresso Nacional não é nenhum recinto de Lordes Ingleses. Nem deveria sê-lo, pois a casa em questão representa o povo brasileiro. E como tal, representante do povo, deve abrigar todas as parcelas da sociedade, pelo menos é que se espera. E sejamos francos, pessoas com as qualidades de um lorde não são encontradas com facilidade no Brasil. Costumo dizer que os políticos são o espelho da povo. Portanto, se a grande maioria que lá se encontra é formada por fanfarrões e outros tipos mais, não se espantem, a classe política é o retrato fiel dos brasileiros.

Porém, o fato ocorrido nesta quinta-feira, dia 27/02/2013, é algo para se pensar. Baixaria pura, a mais autêntica possível. É sabido por todos que o PT omitiu de suas comemorações o ano de 2005. Por motivos óbvios, é claro. E no painel comemorativo afixado nos corredores da Câmara dos Deputados o ano em questão não se encontrava entre as datas comemorativas. Tudo bem, esperar o que de um partido que gosta de maquiar dados e vive de marketing.

Mas causou estranheza a atitude dos Democratas, partido de centro-direita que quer rivalizar com o PT em situações bizarras e ridículas. Montar um quadro simbolizando o ano de 2005 e destacar figuras proeminentes do PT ligadas ao "Mensalão", não me pareceu a melhor política. Ainda mais se levarmos em consideração que no caso é o roto falando mal do esfarrapado. Da mesma forma que carecemos de um povo bem-educado, também carecemos de políticos muito bem-educados.




domingo, 24 de fevereiro de 2013

El HaTzipor (Chaim Nachman Bialik)



EL HATZIPOR



Shalom rav shuvech, ziporah nechmedet,
Me-artzot ha-chom el chaloni -
El kolech ki arev ma nafshi chalata,
Ba choref be'ozvech me'oni

Zamri, saperi, tzipori hayekara,
Me-eretz merchakim nifla'ot,
Hagam sham ba'aretz ha-chama, hayafa,
Tirbeina ha-ra'ot, hatla'ot?

Ha-tis'i li shalom me'achai betzion,
Me-achai ha-rechkoim ha-krovim?
Hoi me'usharim! Ha-yed'u yado'a,
Ki esbol, hoi esbol mach'ovim?

Ha-yed'u yado'a ma rabu po sotanai,
Ma rabim hoi rabim li kamim?
Zamri, tzipori, nifla'ot me'eretz,
Ha'aviv ba inveh olamim.

Ha'tis'i li shaliom mizimrat ha'aretz,
Me'emek, migai, merosh harim?
Haricham, ha-nicham elo'ah et tzion,
Im oday azuvah likvarim?

Ve'emek hasharon veiv'at halevonah -
Ha'yitnu et moram, et nirdam?
Ha-hekitz mishnato hasav ba'ye'arim,
Ha-levanon ha-yashen, ha-nirdam?

Hayered kifninim hatal al har charmon
Im yered veyipol kidama'ot?
Umah shlom hayarden umeimav habehirim?
Ushlom kol heharim, ha-geva'ot?

Kvar kaloo hadma'ot, kvar kaloo hakitsim,
Velo hekitz haketz al yegoni,
Shalom rav shuvech, tzipori hayekara,
Tzahali na kolech va'roni!


AO PÁSSARO

Bem-vindo ao pássaro e seu retorno doce,
Dos países quentes a minha janela
Como minha alma anseia ouvir a sua voz agradável
no inverno, quando você sair a minha habitação.

Cante, conta, querido pássaro,
De uma terra maravilhosa e distante,
Também são os problemas e grande sofrimento
lá na terra quente e bonita?

Você tem saudações de meus irmãos em Sião,
De meus irmãos distantes, mas ainda perto?
Oh são felizes! Será que eles sabem
Que sofro a dor dos que sofrem?

Será que eles sabem como abundantes minhas memórias estão aqui,
Como pode, e por isso muitos se levantam contra mim?
Canta meu pássaro, as coisas admiráveis de uma terra,
Onde a primavera habita para sempre.

Você tem saudações da música da terra?
Do vales e topos das montanhas?
Que Deus teve piedade e consolou Sião?
Ou ainda é abandonada a sua sepultura?

E do vale de Sharon e do monte da árvore de incenso
Será que eles exalam sua mirra, e seu perfume?
(...)

Faz descer o orvalho como pérolas no Monte Hermon?
Faz descer e cair como lágrimas?
E como está o Jordão e suas águas límpidas?
E como são as montanhas, as colinas?


Minhas lágrimas secaram, toda a esperança fugiu
No entanto, não há fim para minha tristeza,
Saudações por seu retorno, meu pássaro querido,
Levante sua voz e grita...

Marion Vaz

Fonte: http://eretzisraelmv.blogspot.com.br/

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A flauta mágica (Texto de Autor Desconhecido)



Era uma vez um caçador que contratou um feiticeiro para ajudá-lo a conseguir alguma coisa que pudesse facilitar seu trabalho nas caçadas. Depois de alguns dias, o feiticeiro entregou-lhe uma flauta mágica que, ao ser tocada, enfeitiçava os animais, fazendo-os dançar.

Entusiasmado com o instrumento, o caçador organizou uma caravana com destino à África, convidando dois outros amigos. Logo no primeiro dia de caçada, o grupo se deparou com um feroz tigre. De imediato, o caçador pôs-se a tocar a flauta e, milagrosamente, o tigre começou a dançar. Foi fuzilado à queima roupa.

Horas depois, um sobressalto. A caravana foi atacada por um leopardo que saltava de uma árvore. Ao som da flauta, contudo, o animal transformou-se: de agressivo, ficou manso e dançou. Os caçadores não hesitaram: mataram-no com vários tiros.

E foi assim até o final do dia, quando o grupo encontrou um leão faminto. A flauta soou, mas o leão não dançou, mas atacou um dos amigos do caçador flautista, devorando-o. Logo depois, devorou o segundo. O tocador de flauta, desesperadamente, fazia soar as notas musicais, mas sem resultado algum. O leão não dançava. E enquanto tocava e tocava, o caçador foi devorado. Dois macacos, em cima de uma árvore próxima, a tudo assistiam. Um deles observou com sabedoria:
- Eu sabia que eles iam se dar mal quando encontrassem um surdinho...

Não confie cegamente nos métodos que sempre deram certo, pois um dia podem não dar. Tenha sempre planos de contingência, prepare alternativas para as situações imprevistas, analise as possibilidades de erro. Esteja atento às mudanças e não espere as dificuldades

domingo, 6 de janeiro de 2013

A fábula do vento e o sol (Texto de Autor Desconhecido)



O vento e o sol começaram a discutir quem era mais forte. O vento disse: "vou provar que sou o mais forte. Vê aquele velhinho lá em baixo? Aposto que consigo tirar o casaco dele mais depressa que você". Assim o sol se escondeu detrás de uma nuvem e deixou o vento soprar até quase se transformar em um furacão. Porém quanto mais forte soprava, tanto mais o velhinho se embrulhava no casaco.

Finalmente o vento se acalmou e desistiu. Quando o sol ressurgiu, apenas sorriu levemente para o velhinho, e este secando o suor da testa com a mão, tirou o casaco.
O astro-rei disse então ao vento:

" A bondade e a amabilidade são sempre mais fortes que a fúria e a violência.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A fábula das três árvores (Texto de Autor Desconhecido)



Havia, no alto da montanha, três pequenas árvores que sonhavam o que seriam depois de grandes. A primeira, olhando as estrelas, disse:
- Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros. Para tal, até me disponho a ser cortada.

A segunda olhou para o riacho e suspirou:
- Eu quero ser um grande navio para transportar reis e rainhas.

A terceira árvore olhou o vale e disse:
- Eu quero ficar aqui no alto da montanha e crescer tanto que as pessoas, ao olharem para mim, levantem seus olhos e pensem em Deus.

Muitos anos se passaram e certo dia vieram três lenhadores pouco ecológicos e cortaram as três árvores, todas ansiosas em serem transformadas naquilo com que sonhavam. Mas, lenhadores não costumam ouvir e nem entender sonhos!... Que pena!

A primeira árvore acabou sendo transformada num cocho de animais, coberto de feno. A segunda virou um simples e pequeno barco de pesca, carregando pessoas e peixes todos os dias. E a terceira, mesmo sonhando em ficar no alto da montanha, acabou cortada em altas vigas e colocada de lado em um depósito.

E todas as três se perguntavam desiludidas e tristes:
- Para que isso?

Mas, numa certa noite, cheia de luz e de estrelas, onde havia mil melodias no ar, uma jovem mulher colocou seu neném recém-nascido naquele cocho de animais. E de repente, a primeira árvore percebeu que continha o maior tesouro do mundo... A segunda árvore, anos mais tarde, acabou transportando um homem que acabou dormindo no barco, mas quando a tempestade quase afundou o pequeno barco, o homem se levantou e disse: "PAZ"!

E num relance, a segunda árvore entendeu que estava carregando o rei dos céus e da terra. Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando suas vigas foram unidas em forma de cruz e um homem foi pregado nela. Logo sentiu-se horrível e cruel. Mas, logo no domingo, o mundo vibrou de alegria e a terceira árvore entendeu que nela havia sido pregado um homem para salvação da humanidade, e que as pessoas sempre se lembrariam de Deus e de seu filho Jesus Cristo ao olharem para ela.

As árvores haviam tido sonhos... Mas as suas realizações foram mil vezes melhores e mais sábias do que haviam imaginado. Temos os nossos sonhos e nossos planos que, por vezes, não coincidem com os planos que Deus tem para nós; e, quase sempre, somos surpreendidos com a sua generosidade e misericórdia.

Importante compreendermos que tudo vem de Deus e crermos que podemos esperar Nele, pois Ele sabe muito bem o que é melhor para cada um de nós.

Os políticos são o espelho da sociedade.

      O nosso problema não está no fato de o país ser unitário ou federado, de ele ser república ou monarquia, de ele ser presidenciali...