Bem, pelo que quase todos nós sabemos as palavras com a terminação
- nte, de origem latina, têm forma
fixa, isto é, são substantivos de dois gêneros, portanto, iguais tanto para o
masculino quanto para o feminino, mudando somente o artigo, exemplos: o/a
gerente, o/a dirigente, o/a pagante, o/a pedinte. Em certos casos, porém,
podemos utilizar as formas femininas, em que o “e” pode ser substituído pelo “a”.
Clienta, por exemplo, é um substantivo que pode ser empregado nas duas formas: “a
cliente” ou “a clienta”. Presidenta, grande polêmica, também é uma das exceções
à regra. Podemos dizer e escrever “a Presidente” ou “a Presidenta”, ambas sem o
menor constrangimento.
Para que não
paire nenhuma dúvida, a forma presidenta é aceita e está registrada no VOLP
(Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), da ABL, pelo menos desde a
edição de 1998, e também em várias gramáticas. Apenas era mais usual em
Portugal. Em artigo escrito pelo imortal acadêmico e gramático Evanildo
Bechara, publicado em jornal de grande circulação (O Dia), podemos ler:
"(...) A língua permitirá "a presidente" ou "a
presidenta" em referências à nova ocupante do cargo (...). Os nomes
terminados em -e são mais resistentes a uma regra gramatical na formação do
feminino. "Mestre/Mestra", "parente/parenta",
"infante/infanta" são correntes, e não doem no ouvido; mas tal
facilidade não se dá com "ouvinte", "estudante",
"amante" e muitos outros. O repertório lexical que regula ocorrências
nos mostra a presença de "a presidente" com um pouco mais frequência
do que "a presidenta". Com "vice-" a forma vitoriosa é
"presidente" sobre "presidenta" (7/11/2010)". – Para não
deixar dúvidas.