"Sou um humanista. Isso não significa ser bonzinho ou acreditar que o homem é bonzão. Significa apenas que aceito o homem como é - medroso, primário, invejoso, incapaz, acertando por acaso e errando por vaidade: meu irmão." - Millôr Fernandes
terça-feira, 11 de setembro de 2012
O Rabo do Macaco (Monteiro Lobato)
Era um macaco que resolveu sair pelo mundo a fazer negócios. Pensou, pensou e foi colocar-se numa estrada, por onde vinha vindo, lá longe, um carro de boi. Atravessou a cauda na estrada e ficou esperando. Quando o carro chegou e o carreiro viu aquele rabo atravessado, deteve-se e disse:
- Macaco, tire o rabo da estrada, senão passo por cima!
- Não tiro! – respondeu o macaco – e o carreiro passou e a roda cortou o rabo do macaco.
O bichinho fez um barulho medonho.
- Eu quero o meu rabo, eu quero o meu rabo ou então uma faca!
Tanto atormentou o carreiro que este sacou da cintura a faca e disse:
- Tome lá, seu macaco dos quintos, mas pare com esse berreiro, que está me deixando zonzo.
O macaco lá se foi, muito contente da vida, com a sua faca de ponta na mão.
- Perdi meu rabo, ganhei uma faca! Tinglin, tinglin, vou agora para Angola!
Seguiu caminho.
Logo adiante deu com um tio velho que estava fazendo balaios e cortava o cipó com os dentes.
- Olá amigo! – berrou o macaco – estou com dó de você, palavra! Tome esta faca de ponta.
O negro pegou a faca mas quando foi cortar o primeiro cipó a faca se partiu pelo meio.
O macaco botou a boca no mundo – eu quero, eu quero minha faca ou então um balaio!
O negro, tonto com aquela gritaria, acabou dando um balaio velho para aquela peste de macaco que, muito contente da vida, lá se foi cantarolando:
- Perdi meu rabo, ganhei uma faca; perdi minha faca, pilhei um balaio! Tinglin, tinglin, vou agora para Angola!
Seguiu caminho.
Mais adiante encontrou uma mulher tirando pães do forno, que recolhia na saia.
- Ora, minha sinhá – disse o macaco, onde já se viu recolher pão no colo? Ponha-os neste balaio.
A mulher aceitou o balaio, mas quando começou a botar os pães dentro, o balaio furou.
O macaco pôs a boca no mundo.
- Eu quero, eu quero o meu balaio ou então me dê um pão.
Tanto gritou que a mulher, atordoada, deu-lhe um pão. E o macaco saiu a pular, cantarolando:
- Perdi meu rabo, ganhei uma faca; perdi minha faca, pilhei um balaio; perdi meu balaio, ganhei um pão. Tinglin, tinglin, vou agora para Angola!
E lá se foi muito contente da vida, comendo o pão.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Os políticos são o espelho da sociedade.
O nosso problema não está no fato de o país ser unitário ou federado, de ele ser república ou monarquia, de ele ser presidenciali...

-
Havia, no alto da montanha, três pequenas árvores que sonhavam o que seriam depois de grandes. A primeira, olhando as estrelas, disse: - E...
-
Um camponês e sua esposa possuíam uma galinha que punha todo dia um ovo de ouro. Supondo que devia haver uma grande quantidade de ouro em ...
-
Num dia de verão, estava na praia observando duas crianças brincando na areia. Elas trabalhavam muito, construindo um castelo de areia, com ...
Excelente história para trabalhar na Educação Infantil
ResponderExcluir