"Sou um humanista. Isso não significa ser bonzinho ou acreditar que o homem é bonzão. Significa apenas que aceito o homem como é - medroso, primário, invejoso, incapaz, acertando por acaso e errando por vaidade: meu irmão." - Millôr Fernandes
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Dilma, por que você mudou seu discurso?
Quase na véspera do pleito que se realizou no dia 03/10/2010, a candidata Dilma Rousseff foi protagonista de um ato lamentável. Nossa presidenciável mudou o discurso ideológico. Todos nós somos suscetíveis a mudar de idéia. Mas não podemos em hipótese alguma mudarmos de opinião apenas para atingirmos um objetivo. Ou seja, está nítido que Dilma Rousseff, ao declarar-se contra o aborto, mudou de lado pensando somente nos votos que perdeu e poderia perder nesta eleição, pois o segundo turno se mostrará muito mais difícil que o primeiro o foi. Por que a mudança?
Analisemos o passado de Dilma Rousseff. Pensemos a respeito. Durante toda sua vida a presidenciável mostrou-se favorável ao aborto e junto com Marta Suplicy foi uma defensora de grande vulto na política brasileira. Que ela tenha se tornado “católica” de um ano para cá, para mim tudo bem. Até acredito que as pessoas, de repente, possam vir a acreditarem em algo divino, mesmo que não sejam religiosas. O seu passado não nos relata isso, ela nunca se ateve a religião.
Nós brasileiros, ao longo dos tempos, sempre dissemos que os políticos são todos iguais. A Dilma Roussef, infelizmente, veio confirmar o dito popular. Fica-nos uma pequena pergunta: - Ao negar atos terroristas de sua vida pregressa, a candidata, realmente, está falando a verdade?
A questão do aborto, ser ou não ser religiosa. Para mim não tem nada a ver. O que vale para mim é o fato de a pessoa ter caráter, ser de boa índole, ser idônea. Mas como votar em alguém que muda de opinião apenas para induzir os incautos e desinformados? Como acreditar numa pessoa que omite sua opinião baseada em pesquisas de opinião? Faço esse questionamento a respeito de todos os políticos, não somente sobre Dilma Rousseff.
O aborto tem de ser amplamente discutido com toda a sociedade. Os políticos têm de demonstrar de qual lado estão, isso é salutar para a democracia. Os grandes estadistas se fizeram ao longo da história através de seus atos. O grande estadista não se preocupa com opiniões, ele preocupa-se única e exclusivamente com o bem-estar de seu povo. O grande estadista planta hoje para colher amanhã, mas, colher resultados favoráveis para toda a população e não colher resultados pessoais, como popularidade e votos. A diferença entre um grande estadista e um grande populista, é que o estadista pensa no povo no presente e no futuro, o populista pensa em si no presente e no futuro.
Cabe a nós brasileiros, analisarmos os últimos momentos da vida política brasileira. Esse ônus sobra para àquela parcela esclarecida da sociedade, infelizmente não se trata de uma maioria, mas é ela que deve debater e alertar as demais para que votem certo, pois, o que está em jogo é o futuro da democracia brasileira. Brasileiros votem com sabedoria, o Brasil precisa de nosso poder de discernimento!!!
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