terça-feira, 2 de novembro de 2010

Serra vs Dilma na reta final!


Estamos a uma semana da eleição. Bem, nos últimos dias os ânimos têm se elevado a uma temperatura que eu diria estar em torno de uns 200º. Mas, por que os ânimos ficaram tão exaltados? Com certeza no próximo dia 31/10 teremos o pleito mais disputado da história presidencial deste país. Como diria o filósofo dos incautos, “como nunca antes na história deste país...’.

A situação piorou com a confirmação do segundo turno. Visto que a vitória de Dilma Rousseff, dada como certa por todos os institutos de pesquisas, não se confirmou. Para a situação a não confirmação da vitória foi um balde de água fria. Para a oposição, um alento, uma esperança de vitória, mesmo que remota.

Entraram em cena os exércitos do PT e do PSDB. De um lado os militantes e todos os jornalistas formadores de opinião, revistas, blogs, rádios e TVs mesmo que de forma indiscreta, ligados ao PT. De outro lado, numa proporção menor, também entraram jornalistas, jornais e revistas, blogs e algumas emissoras de rádio e TV que atuam em favor do PSDB.

Creio que seja do jogo todos os órgãos de imprensa, igrejas e todas as instituições tomarem partido. O povo precisa saber de que lado está esta ou aquela instituição. Só desta forma o povo pode tomar decisões com consciência do que está fazendo, de como está votando. Todos os temas devem ser abordados e discutidos à exaustão pelos candidatos e pela sociedade. É assim que funciona um regime democrático.

Toda essa peleja está em ritmo frenético porque nenhum dos lados aceita que determinados setores da sociedade se posicionem. A igreja não pode se manifestar a respeito do aborto, do casamento gay etc. Pode? Não só pode como deve! É um direito que lhe assiste. Um direito que lhe cabe. Num estado laico a igreja não pode nos governar, mas como somos um estado democrático, também, as igrejas são livres para orientar seus seguidores segundo seus preceitos, por que não?

O governo tem reclamado de perseguição por parte da imprensa, mas este mesmo governo enquanto oposição se beneficiava deste mesmo setor da imprensa. Portanto, pau que bate em Chico bate em Francisco. Quando se é atirador, tudo bem, quando se vira vidraça mudam-se os conceitos.

Nesta briga toda, duas revistas de informação variada são emblemáticas. Falo da revista Veja e da revista Isto é. Se pegarmos todas as capas de Veja e da Isto é, veremos que ao longo de suas histórias as duas foram praticamente iguais no que se refere ao jornalismo investigativo. Mas de oito anos para cá a revista Isto é tem se destacado por uma prática mais light em relação à fiscalização dos atos que envolvem o governo petista. A revista Veja por sua vez continuou na mesma toada, não importando qual governo esteja no planalto. Citei estas duas revistas porque elas são o que melhor resumo o cenário político em que se encontra a nossa nação. O tipo de jornalismo partidário que não se deve praticar é justamente o que aconteceu no episódio da agressão sofrida por Serra no estado do Rio de Janeiro. Naquele episódio foi nítida a tentativa de desqualificar o fato ocorrido. Vou dar nome aos bois. O SBT editou a matéria e insinuou que Serra estava fazendo firula no caso. Aquilo não foi jornalismo sério, mesmo porque depois ficou evidente que não havia farsa alguma no ocorrido. Cabe ao jornalista transmitir a informação apenas. Os fatos devem ser mostrados como realmente são e não tirar conclusões precipitadas numa clara tentativa de indução do eleitorado. Portanto pode-se e deve-se tomar partido, mas, nunca um jornalista ou um órgão de imprensa pode manipular a verdade em função de partidarismo e ideologia política.

Bem, nesse jogo de intrigas a que se submete o eleitor brasileiro e ao seu baixo nível de conhecimento, estas manobras eleitoreiras tornam-se prejudiciais para um perfeito andamento das eleições. Creio que a confiança do eleitor se consegue num debate de idéias, pois, se o candidato utilizar de subterfúgios rasteiros (mentiras) ficará o tempo todo tendo de ceder tempo em seu horário eleitoral, o famoso direito de resposta. Pelo visto estamos bem longe de realizarmos eleições em que seus candidatos e seus seguidores tenham como objetivos principais a ética, a moral e acima de tudo a verdade. Espero que pelo menos nesta última semana tenhamos um nível um pouco mais elevado.

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