terça-feira, 2 de novembro de 2010

Mary e Max - Um desenho para gente grande!




Mary & Max (Mary and Max, 2009), um longa-metragem de animação feito no estilo stop-motion, escrito e dirigido por Adam Elliot, é uma exploração de sentimentos humanos. O filme tem em sua premissa uma chance ínfima e acaba ele mesmo um em um milhão: uma produção tocante que demonstra através de seus personagens toda a angústia e depressão a que estão sujeitos os seres humanos.

Filme totalmente depressivo, pesado que nos faz refletir sobre a vida e os problemas enfrentados no dia-a-dia, principalmente para àquelas pessoas que se enquadram no perfil descrito neste longa metragem, falo de pessoas sós, tristes, depressivas, pessoas que têm dificuldade em fazer amizades. A pesar de o filme ser dark ele é um filme adorável, um filme denso, complexo, com um texto muito bem construído e extremamente instigante. Em suma o filme prende o telespectador desde o seu início.

A direção de arte é inspiradora. Elliot, dono de um Oscar de curta animado (Harvie Krumpet, 2003), opta por protagonistas caricatos e quase malfeitos de tão simples. Os cenários são muito mais ricos - a Austrália e seus tons terrosos contrastando com a cinzenta Nova York. Tudo feito intencionalmente. Enquanto uma Pixar capricha em seus personagens principais por dentro e por fora, o animador os mostra cheios de dor, angústia e dúvida, sem uma superfície fofinha e cativante, mais é aí que está o diferencial deste filme, o talento em dar vida a seus personagens a ponto de pensarmos que são verdadeiros atores.

Com o palco montado, inicia-se uma longa e verborrágica discussão filosófica sobre religião, vida em sociedade, sexo, amor, confiança e, principalmente, a importância e o significado da amizade. As cartas também refletem a caótica estrutura racional de remetente e destinatário, sempre com uma monotonia instigante. Idéias brilhantes surgem e são abandonadas em função de outra melhor, mais inocente ou simplesmente irrelevante, tudo isso numa conversa despretensiosa.

Vale a pena ser assistido. Não vou entrar em por menores, pois, não me é de costume. Apenas sugiro que tirem um fim de semana para apreciar uma obra de qualidade. Para quem gosta de pensar enquanto assiste, está aí uma boa pedida para reflexão!



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